True Italian Taste – Masterclass Vinhos
Na manhã da última terça-feira (25), a Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (ITALCAM) realizou a masterclass A Terra dos Vinhos – Da Antiga Enotria à Moderna Italia. Com 210 inscritos, o webinar bateu recorde de público, que se manteve fiel até o fim da atração, a qual ultrapassou as duas horas de duração.
O evento promoveu uma verdadeira viagem do norte ao sul da Itália, a líder mundial na produção de vinhos, com mais de 49 milhões de hectolitros em 2020. Além da quantidade, com 526 certificações reconhecendo a tradição e qualidade de suas denominações de origem e geográficas, o país detém o primeiro lugar de selos DOP/DOC e IGP/IGT da União Europeia. Todas as 20 regiões italianas possuem uvas autóctones, em zonas vinícolas caracterizadas por diferentes climas, topografia e tamanho. Os maiores produtores estão no Veneto e na Puglia, mas nas pequenas Valle d’Aosta e Molise também se encontram renomados rótulos de brancos e tintos. Assim como na Campania e Basilicata há vinhos comparáveis aos produzidos no Piemonte e Abruzzo, mais conhecidos pelos brasileiros.
Sem se esquecer das referências histórias e curiosidades, o vice-presidente da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo (ABS/SP) Arthur Piccolomini de Azevedo trouxe também suas impressões pessoais sobre as bebidas e contou anedotas de suas visita à Itália.
Na dobradinha com Gerardo Landulfo, delegado da Accademia Italiana della Cucina, os especialistas orientaram o público quanto à escolha de vinhos. Se por um lado, qualidade não necessariamente tem a ver com preços altos, por outro, “um vinho muito barato não deve ter sido bem tratado no trajeto até o Brasil”, explicou Piccolomini. Landulfo complementou observando que as garrafas com custo menor são de produtos mais simples, para serem bebidos jovens.
Ao falarem da Emilia-Romagna, a dupla destacou o Lambrusco, vinho mais conhecido no Brasil na versão “amabile” (doce), informando que também podem ser encontrados no mercado os secos, como o Lambrusco Reggiano DOC Concerto ou o Lambrusco dell´Emilia IGT Marcello. “Esses são diferentes, combinam perfeitamente com os affettati [fatiados], como Prosciutto di Parma, Culatello di Zibello e Salame di Felino, outros ícones da Emilia”, afirmou Landulfo. E Piccolomini : “os lambruscos secos acompanham bem até uma feijoada, alguns indicam o Grasparossa di Castelvetro, eu prefiro o de Sorbara“.
Para finalizar, o convidado e o presidente da ITALCAM, Graziano Messana, fizeram uma degustação ao vivo, com o intuito de demonstrar as diferenças entre um vinho do centro e outro do sul da país, os dois da safra de 2018. Piccolomini se maravilhou com o toscano Chianti Classico DOCG Poggio Civetta, o qual provou pela primeira vez . Em seguida, para celebrar a terra natal de Messana, ambos trouxeram suas impressões sobre o vinho siciliano Nero D’Avola Sicilia DOC Cusamano.
“Esse vinho me lembra da minha infância na Sicília, quando eu comia amarena [um tipo de cereja] direto do pé”, contou o presidente da ITALCAM.
Se o vinho tem a capacidade de evocar memórias afetivas, ele também tem sido muito apreciado pelos brasileiros na pandemia do covid-19: no terceiro trimestre de 2020, houve aumento de 72% no consumo de vinhos no país, lembrou o vice-presidente da ABS. “Até quem não bebia, passou a beber”, brincou Piccolomini.
O evento A Terra dos Vinhos – Da Antiga Enotria à Moderna Itália integra a programação 2021 do projeto internacional True Italian Taste, do Ministero degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale e da Associazione delle Camere di Commercio Italiane all’Estero (Assocamerestero).