Viver a Lombardia: por que a região atrai 15 milhões de turistas ao ano
Belezas naturais, referência mundial em arte, moda e design, além do contraste entre contemporâneo e tradicional estão entre os motivos que fazem do território lombardo um dos mais visitados da Itália
A Lombardia é terra de contrastes: símbolo de modernidade e desenvolvimento, é uma das regiões mais industrializadas da Europa, ao mesmo tempo em que lidera o setor agrícola italiano em produção e número de empresas.
Muito disso se deve à sua posição geográfica privilegiada, que a coloca no coração da Itália setentrional, aos pés dos Alpes e ao centro do Vale do Pó. Sendo assim, a Lombardia interliga as principais rotas entre o Mediterrâneo italiano e a Europa Central.
Este cenário, aliado ao seu patrimônio artístico-cultural, com centenas de museus, de cidades referenciadas em arte a nível mundial, sem se esquecer de suas tradições enogastronômicas e da possibilidade de praticar diversos esportes, principalmente os de inverno, levam mais de 15 milhões de turistas anualmente à Lombardia, segundo dados do governo da região publicados em 2019.
Viver a Lombardia é se surpreender o tempo todo com suas belezas naturais e com grandes obras-primas da humanidade ao longo dos séculos.
Riquezas naturais
Lago de Garda durante o verão europeu / Bruna Galvão
O território lombardo é um dos mais bonitos da Itália. A região alterna suas belezas naturais entre o Vale do Pó e os contornos da cadeia de montanhas alpinas. Somam-se a isso os fascínios de seus inúmeros lagos, sendo três deles, os maiores do país, a atrair turistas de todos os continentes: Lago de Garda, Lago Maggiore e Lago de Como.
Ainda na área verde, a Lombardia preserva inúmeros parques e reservas naturais que apresentam grande variedade em fauna e flora, como o Parco Adamello, nos Alpes e o Parco della Grigna Settentrionale, entre o Lago de Como e os pré-alpes Bergamascos.
A região preserva também três sítios arqueológicos tombados pela Unesco como Patrimônios da Humanidade. São eles: o Valle Camonica, com suas pinturas rupestres, as habitações pré-históricas nos Alpes e o Monte San Giorgio, do período Triássico.
Cultura e tradições
Tradição dos violinos em Cremona é Patrimônio Imaterial da Humanidade / Regione Lombardia
A Lombardia é rica em expressões artísticas nas mais variadas vertentes. São mais de 300 museus espalhados pelo território e mais de um milhão de bens culturais, como o Torrazzo de Cremona, com o sino medieval mais alto da Itália e o célebre Teatro Scala, um ícone da atmosfera milanesa do século 18.
Por seu valor humano e cultural, algumas obras, cidades e manifestações lombardas também foram tombadas pela Unesco. Dentre elas, estão o complexo Santa Maria delle Grazie e Cenacolo Vinciano, em Milão, com o afresco “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci, as cidades de Mantova e Sabbioneta, duas pérolas do Renascimento por sua arquitetura e urbanismo, e a tradição dos violinos em Cremona.
Percursos locais
Vinhedos povoam a Franciacorta, microrregião lombarda que produz um dos melhores espumantes do mundo / Italia.it
A Lombardia apresenta importantes percursos culturais a nível europeu. Um dos mais famosos é a Via Francigena, antiga estrada de peregrinação cristã entre Inglaterra e Roma, que no território lombardo possui 120km de extensão, passando por cidades de destaque, como Pavia.
Outro roteiro importante são os Itinerários de Leonardo, que recuperam registros sobre a presença do gênio Leonardo Da Vinci na cidade de Milão e redondezas entre 1482 a 1499.
Quando o assunto é a enogastronomia, a Franciacorta é a rainha lombarda em excelência. Com pratos tradicionais e vinhos renomados, são os espumantes que fazem a fama mundial desta microrregião.
Milão: arte, moda e design
Símbolo de Milão, Duomo é um dos principais pontos turísticos da capital lombarda / Bruna Galvão
Em contraponto com os pequenos povoados regionais, a capital da Lombardia, Milão, é uma típica metrópole contemporânea, com mais de 1,5 milhão de habitantes e vida agitada. É referência internacional em moda e design, concentrando grandes nomes e eventos, como o Quadrilátero da Moda e a Galeria Vittorio Emanuele, reduto das maiores grifes italianas do planeta e o Salone del Mobile, o maior evento de design do mundo.
Milão também é rica em arte. Além da obra-prima de Leonardo Da Vinci já citada, há ainda outros trabalhos do artista espalhados pela cidade, como os que estão no Castello Sforzesco.
Já a Pinacoteca de Brera é o seu museu mais importante, ao reunir mais de 400 obras de arte a datadas a partir do século 14.
Impossível não mencionar o Duomo di Milano, catedral em estilo gótico e símbolo da capital, que levou mais de 600 anos para ser construída.