Vendas de veículos crescem 11,5%
04/06/2012
Graças à decisão do governo em reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a compra de carros zero-quilômetro faltando dez dias para acabar o mês de maio, a venda de veículos (inclui caminhões, ônibus e motos) alcançou 287.540 unidades. O volume é 11,5% maior do que o comercializado em abril, com 257.875 veículos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram emplacadas 318.560 unidades, porém, há recuo de 9,73%.
No dia 21, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a redução do IPI,que era 7%, a zero para carros 1.0 até 31 de agosto e, como contrapartida, exigiu diminuição entre 1% e 2,5% do valor de tabela por parte das montadoras. Baixou ainda, de 7,7% para 5,5% ao ano, juros para financiamento de caminhões usando recursos do BNDES e ampliou o prazo de 96 para 120 meses. E recuou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no crédito a pessoa física de 2,5% para 1,5%.
Na avaliação do economista Ayrton Fontes, autor do blog Economia Brasil! Varejo Automotivo!, apesar de o mercado ter reagido aos incentivos e as vendas terem crescido especialmente no fim de semana, marcado por feirões, a previsão não é das melhores. "Os consumidores da classe média estão endividados, com sua renda comprometida por dívidas adquiridas no passado", avalia Fontes. "Somente as classes A e B, que têm condições de oferecer entrada de 50% em dinheiro ou através de seu carro usado, estão comprando."
NA REGIÃO – A retomada das vendas, no entanto, animou a Volkswagen, que suspendeu as paradas na produção que vinha realizando a fim de ajustar seus estoques. As semanas, que desde meados de abril vinham mais curtas, com quatro dias, voltaram a ficar cheias. Além disso, estava prevista a folga nos dias 4,5 e 6, visando emendar o feriado, que foi cancelada.
A situação da montadora, que só fabrica automóveis, é diferente das que atuam também com caminhões e ônibus, mercado que ainda não deu sinais de recuperação. A Mercedes-Benz assinou, na semana passada, acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que determina a suspensão temporária do contrato de trabalho, também chamada de lay-off, de 1.500 profissionais até novembro. Enquanto isso, os operários farão curso no Senai e receberão bolsa equivalente ao salário.
Na Scania, foi aprovada na semana passada medida que garante os empregos na fábrica até dezembro. Ficou definido que a produção poderá parar por 20 dias no ano. Até agora houve pausa de quatro dias e, até o fim de agosto, estão previstos mais 13. A Ford, que já realizou pausa de 21 dias desde o início do ano, segue com semana de quatro dias.
Fonte:
Diário do Grande Abc