Venda de imóveis novos na cidade de São Paulo cai 25% no primeiro semestre

12/08/2009

SÃO PAULO – O mercado imobiliário já deixou o momento crítico da crise econômica mundial para trás e comercializou 14.368 unidades novas na cidade de São Paulo no primeiro semestre. O montante é 25,26% menor do que o registrado em 2008 (19.224), período considerado excepcional para o setor.

Apesar da queda, o ritmo de comercialização médio mensal do período entre janeiro e junho, medido pelo indicador Vendas sobre Oferta (VSO), foi de 12,8%, próximo da média anual apurada em 2008, de 13,8%, conforme divulgou nesta terça-feira (11) o Secovi-SP (Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo).

O sindicato conclui que o movimento de comercialização deixa claro pelo menos dois aspectos positivos: a confiança do consumidor não foi abalada pela crise, com relação à segurança em adquirir um imóvel na planta ou em construção, e está havendo um escoamento dos estoques de imóveis em construção.

"Nada mau para um mercado que lançou 73 mil imóveis, somados os anos de 2007 e 2008", afirmou o economista-chefe e diretor executivo do Secovi-SP, Celso Petrucci.

Lançamentos

De acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), foram lançados 8,1 mil imóveis na cidade de São Paulo no primeiro semestre deste ano, o que representa uma redução de 51,5% frente aos 16,8 mil lançamentos registrados no mesmo período do ano passado.

"Acredito que um dos motivos para o baixo número de lançamentos foi a intensidade com que os agentes financeiros frearam as concessões de financiamentos de Plano Empresarial", disse Petrucci, ilustrando com um dado que mostrou que houve queda de 40% na média dos financiamentos para produção nos cinco primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2008.

"Outro motivo, não menos importante, refere-se aos empreendimentos lançados nos últimos anos, com as incorporadoras viabilizando VGVs (valores globais de vendas) excepcionais. Verdadeiros condomínios-clubes que, mesmo bem comercializados no seu lançamento, ficaram com torres estocadas para comercialização futura".

O programa Minha Casa, Minha Vida também foi apontado como motivo para um menor número de lançamentos, já que as empresas estão estudando novos empreendimentos para as classes C e D, o que demanda tempo.

Fonte:
Uol Economia