Turismo fatura e emprega mais em 2006
09/01/2009
Crescimento poderia ter sido maior, se não fosse a quebra da Varig.
Pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira (15) pelo ministério.
O faturamento das empresas do setor de turismo cresceu 29,3% em 2006, superando a expectativa de 14,7%, assim como aumentou o número de postos de trabalho no setor, que cresceu 21,6%, mais que os 13,6% esperados. As informações são da Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, divulgada nesta quinta-feira (15), pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. De acordo com a pesquisa, 915 mil empregos formais e informais foram gerados no setor desde 2002.
Na opinião do secretário executivo do Ministério do Turismo, Márcio Favilla, o crescimento das empresas do setor – agências de viagens, companhias aéreas, locadoras de automóveis, meios de hospedagem, operadoras de receptivo (empresas que recebem turistas nos aeroportos), operadoras de turismo, feiras e eventos – deve-se ao crescimento de toda a economia. “O setor de turismo, em geral, tem crescido mais que o dobro da economia. No Brasil, tem crescido mais que as médias mundiais. Isso (os dados) calibra quanto a gente vai investir e onde”, diz Favilla.
Os preços dos serviços, em 2006, aumentaram 6%, e os custos subiram 7,9%. O faturamento das agências de viagem cresceu 21,5%, das companhias aéreas aumentou 45%, das locadoras de automóveis, 22,5%, dos meios de hospedagem, 15,6% das operadoras de turismo, 19%, e feiras e eventos, 14,7%. O único setor que não conseguiu aumentar o faturamento foi o das operadoras de receptivo, que diminuiu em 7,4%.
Europeus
Desde 2004, o número de europeus no país tem sido maior que o de sul-americanos. Essa inversão tem aumentado o gasto individual dos estrangeiros no Brasil, já que turistas vindos da Europa gastam mais, em média, que os sul-americanos. Em 2005, o gasto médio individual chegou a US$ 721, mais que o dobro do gasto do ano 2000, que era de US$ 300. O tempo médio de estadia dos estrangeiros tem sido de 12 dias.
“Apesar da desvalorização do real, estamos trazendo mais estrangeiros ao país. O resultado mostra que isso (crise aérea e violência) não afetou. O governo está investindo nos estados e recuperamos o número de vôos internacionais” garante o secretário, referindo-se ao prejuízo causado pela quebra da Varig, que era a principal empresa aérea com vôos internacionais.
Recorde histórico
De acordo com Banco Central (BC), em janeiro de 2006, a quantidade de dólares que entrou no Brasil por causa do turismo foi recorde: US$ 484 milhões, 20,5% maior que o mesmo mês do ano anterior. A corrente cambial de turismo – a soma de despesas e receitas cambiais – do mês de janeiro somou URS$ 1,058 bilhões.
Ainda conforme o BC, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil também alcançaram recorde em 2006: URS$ 4,3 bilhões. O resultado se deve principalmente à valorização do câmbio.
Para estimular os gastos de estrangeiros no Brasil, o secretário afirma que é necessário agregar valor aos produtos oferecidos, torná-los mais atrativos para aumentar a permanência dos turistas. “A infra-estrutura está crescendo e sendo modernizada. As companhias aéreas estão aumentando a frota e o governo continua investindo em aeroportos”, garante o secretário.
A pesquisa avalia o desempenho das 80 empresas com maior faturamento anual.
Fonte:
G1.com.br