Standard & Poor’s confirma qualificação da dívida brasileira

07/04/2009

Nova York, 6 abr (EFE).- A agência Standard & Poor's (S&P) ratificou hoje as qualificações da dívida do Brasil a curto e longo prazo, tanto em moeda estrangeira como local, e mantém a perspectiva estável para as relativas ao longo prazo.

No caso da dívida soberana em moeda estrangeira, a agência corroborou as qualificações de "BBB-/A-3" e manteve as de "BBB+/A-2" para a emitida em moeda local.

"A baixa qualificação de grau de investimento do Brasil segue respaldada por um sólido compromisso com políticas macroeconômicas prudentes em momentos em que a escassez de crédito internacional e a desaceleração econômica mundial afetaram de maneira significativa a economia local", disse o analista Sebastián Briozzo em comunicado.

Ele acrescentou que a reafirmação desse compromisso "continua sendo chave" para que o país proteja a recente melhoria em seus principais indicadores e recupere uma trajetória de crescimento sustentável quando a economia mundial se estabilizar.

A S&P prevê que a sólida popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "provavelmente facilitará" a aplicação de uma política que enfrente grandes desafios econômicos este ano.

Briozzo, no entanto, considera que os "desafios continuarão em 2010", um ano de eleições, "enquanto a economia se recupera só de maneira gradual".

A S&P destacou ainda que a atividade econômica no Brasil foi afetada de maneira significativa pela instabilidade financeira mundial e, em consequência, as previsões de crescimento para este ano foram revisadas em baixa.

"Esperamos que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil desça ao redor de 1% em 2009, comparado com um avanço de 5,1% em 2008", previu o analista.

Além disso, prevê que o déficit governamental alcance 3% do PIB este ano, comparado com o de 2,1% de 2008.

Para Briozzo, o nível relativamente alto de dívida do Governo e os juros altos "seguem sendo pontos fracos importantes" para as qualificações do Brasil.

"Esses dois fatores exigirão responsabilidade fiscal durante o médio prazo", acrescentou o analista.

Sobre o panorama estável que atribui às qualificações, a agência diz que é reflexo "do maior grau de flexibilidade macroeconômica" que o Brasil acumulou nos últimos cinco anos, em particular no âmbito externo, para enfrentar os crescentes desafios da crise internacional e seus efeitos na economia local.

No entanto, acrescenta a S&P, dada a vulnerabilidade do Brasil, sobretudo no âmbito fiscal, "um forte compromisso com políticas macroeconômicas prudentes é fundamental para conter qualquer piora da qualidade creditícia" do país.

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