Soros diz que zona euro sem Alemanha seria mais competitiva

10/09/2012

O multimilionário saudou as medidas anunciadas na última semana pelo BCE mas garante que não resolvem o problema de fundo do euro.

Ainda no rescaldo do anúncio da compra de dívida pelo BCE, Soros, o multimilionário, decidiu falar do euro e do papel da Alemanha na liderança da moeda única. E a solução, diz o super investidor, é simples: ou lidera ou abandona.

"A Alemanha devia liderar o desenvolvimento de uma política de crescimento, uma união política e uma divisão das responsabilidades, aceitando os custos da liderança ou então deve abandonar de forma amigável para que se preserve a união europeia", disse Soros.

Soros garante que uma zona euro livre da Alemanha seria mais competitiva nas exportações e nos serviços. e teria uma dívida mais barata se a liderança fosse francesa. Para o homem que em 1992 ficou conhecido por ter batido o banco de Inglaterra, as medidas agora adoptadas pelo BCE são importantes mas não resolvem o problema do euro.

"Foi uma medida positiva mas alta ainda um longo caminho até que os mercados acreditem que o euro está aqui para ficar. Ao mesmo tempo será um grande erro pensar que é efectivamente um passo para a resolução final porque reforça a criação de uma europa a duas velocidades: dividida entre devedores e credores, sendo que os credores serão liderados pela Alemanha", acrescenta o investidor.

Soros, de 82 anos, traçou ainda um paralelo com a crise financeira de 1982 para desenhar o futuro dos países do euro sob a alçada da austeridade. "Esta política está a levar a europa para uma depressão que vai durar entre cinco a 10 anos. É quase impossível delinear uma saída da dívida excessiva contraindo a economia. E tudo porque a dívida é um rácio entre a dívida acumulada e o produto nacional bruto."

O multimilionário falou ainda da Grécia e acredita que a Alemanha não vai pressionar Atenas a abandonar o euro, mas que vai continuar a dar apenas o apoio necessário para que o país vá suportando os níveis de dívida.

 

Fonte:
Economico