Sem alternativa de renda, população retoma desmatamento da Amazônia
15/02/2009
Entidades ambientais e a imprensa internacional estão denunciando que a ausência de políticas públicas globais para a Amazônia e a aplicação apenas de medidas emergenciais do governo para a região já provocam o retorno do desmatamento na área objeto da Operação Arco de Fogo nos 36 municípios considerados os maiores devastadores entre o Pará e Mato Grosso.
Lançada em fevereiro de 2008 para combater o comércio ilegal de madeira e a devastação da floresta, a Operação Arco se transformou na grande arma do governo federal para dar exemplo ao país e ao mundo da situação de tolerância zero do Estão brasileiro com relação à devastação da maior floresta tropical do planeta.
Segundo publicou o jornal britânico The Guardian, os madeireiros estão de volta ao município de Tailândia, no Pará, que se transformou no símbolo de combate ao desmatamento pelo fechamento de muitas madeireiras clandestinas que empregavam mais de oito mil pessoas na região. “O objetivo da operação era alertar aos comerciantes ilegais que a destruição da floresta não seria mais tolerada.
No entanto, após um ano, a medida do governo já não é mais efetiva e as pessoas voltaram ao trabalho e as serrarias voltaram a funcionar na cidade onde as restrições começaram, em Tailândia no Estado do Pará”, assinalou o jornal.Em matéria especial neste domingo (15/02), o jornal O Estado de São Paulo assinala que das 90 madeireiras existentes em fevereiro do ano passado, 32 continuam a trabalhar. Segundo o jornal paulista, todas as medidas tomadas pela prefeitura de Tailândia para resolver a crise do desemprego de mais de oito mil pessoas que viviam do desmatamento não foram suficientes.
O jornal britânico The Guardian apurou junto a ambientalistas que as conseqüências da atividade madeireira na região amazônica provocaram a devastação de cerca de 20% da Amazônia. Além disso, segundo lembrou o jornal, o desmatamento representa quase 20% da emissão de carbono mundial e ativistas afirmam que o Brasil é responsável por 40% do total. O The Guardian destacou que quando a indústria supre a vida econômica local, como é o caso do município de paraense de Tailândia não é tão simples fechar os negócios. No ano passado, a Operação Arco do Fogo afetou entre 70% a 95% da vida população da cidade de Tailândia, que possui 65 mil habitantes, por dependerem da atividade madeireira.
Oficiais do governo brasileiro afirmaram ao jornal britânico que a Operação Arco de Fogo melhorou a situação do comércio ilegal de madeira no local, no entanto, admitiram que diversos problemas resolvidos no ano passado já estão de volta.
Fonte:
Kaxiana
Com o Portal Terra