Rio terá investimentos de até R$ 122 bi em dois anos

21/07/2008

Os próximos dois anos devem ser de obras no Rio de Janeiro. O Estado espera investimentos públicos e privados que variam de R$ 107 bilhões, segundo levantamentos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a R$ 122 bilhões, de acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços. Lideram os investimentos os setores de petróleo e gás, siderurgia, petroquímica e logística.

 

"Este é o melhor momento em 30 anos para o Brasil e, em particular, para o Rio de Janeiro", afirma Ernani Torres, superintendente da área de pesquisa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Não tivemos um ciclo de investimento público como hoje desde Carlos Lacerda", afirma Julio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.

O diretor comercial da ThyssenKrupp, Rodrigo Tostes, destaca que o pacote de investimentos até 2010, cerca de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, é o maior da siderúrgica no mundo.

"Esse fenômeno está consistente com as projeções que fazemos para o Brasil", ressalta.

Para Tostes, alguns investimentos simplesmente estão dados, ainda que indicadores da economia variem negativamente. É o caso dos setores de capital intensivo, como o petróleo. No Rio de Janeiro, ocorre a coincidência de o petróleo da bacia de Campos estar situado em frente ao Estado.

O mesmo ocorre com os setores de extração mineral e siderurgia.

"O Brasil deve dobrar sua capacidade de produção de aço em 5 anos e o investimento virá para cá, com a economia indo bem ou mal", aposta.

Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, enxerga a vocação logística do Estado como outro fator decisivo para o novo ciclo de investimentos em curso.

"No Rio, se você colocar o compasso no centro do Estado e rodá-lo num raio de 500 quilômetros, ele incluirá quase 70% do PIB do País, incluindo São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo", acrescenta.

Vieira acredita que a infra-estrutura do Estado é a mais lógica para escoar mercadorias do Centro-Oeste, Minas Gerais e São Paulo.

"O porto de Santos tem suas limitações físicas e somos uma alternativa econômica atraente", resume.

O secretário estadual do Desenvolvimento Econômico concorda: "o preço internacional das commodities como petróleo e minério de ferro devem impactar diretamente o Brasil", diz, ao lembrar que o país é responsável por exportar 25% do minério de ferro do mundo e 3% do aço. "O Rio tem estradas de ferro que vêm da zona de exploração e chegam aos portos, além de rodovias", resume.

A Petrobras será a principal investidora. A Secretaria de Desenvolvimento estima que a estatal irá injetar US$ 24,5 bilhões em projetos só no Rio de Janeiro até 2012. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, orçado em US$ 8 bilhões, é o maior empreendimento do País.

A Firjan estima que o complexo aumente em 300% a produção de plásticos no Estado com impacto de até 7% sobre o PIB fluminense.

Outros projetos dos setores de petróleo e gás, siderurgia, petroquímica e logística que somados ultrapassam R$ 22 bilhões estão sendo implantados no Rio. Vieira, da Firjan, vê a situação além dos aspectos econômicos. Para ele, o caráter político contribuiu decisivamente para a nova realidade.

 

Fonte:
JB Online