Renda média no Centro-Oeste ultrapassa Sudeste e é a maior do país

18/09/2008

Os brasileiros que vivem no Centro-Oeste agora ganham mais, em média, do que os habitantes do Sudeste. Os dados são da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os ganhos, no entanto, não foram bem distribuídos pela população. A região Centro-Oeste foi a única do país onde a concentração de renda aumentou entre 2006 e 2007.

 A renda média da população do Centro-Oeste aumentou 7,96% no ano passado, alcançando R$ 1.139 por mês. Em 2006, a renda era de R$ 1.055.

Segundo o IBGE, a explicação para o desempenho do Centro-Oeste está no crescimento do emprego no setor agrícola e na máquina pública.

No Sudeste também houve aumento dos ganhos no período, mas em ritmo menor e com distribuição de renda. A renda média nessa região passou de R$ 1.077 para R$ 1.098, um crescimento de apenas 1,95%.

Ambas as regiões estão bem acima da média nacional, de R$ 955 no ano passado e R$ 926 em 2006 (alta de 3,13%). O Nordeste continua sendo a área mais pobre do país, com renda de R$ 606 (aumento de 2,36%). No Norte, a renda é de R$ 784 (expansão de 5,8%); no Sul, de R$ 1.064 (subiu 3,7%).

Segundo Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad, ainda não é possível saber se esse novo cenário veio para ficar ou se é um ponto fora da curva.

Os dados se referem à média de ganhos de brasileiros que têm renda por meio do trabalho atual, seja como empregador ou empregado (excluem, portanto, aposentados e pensionistas).

A pesquisa ficou mais abrangente em 2004, quando foi incluída a população da zona rural dos Estados de Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, o que impede uma comparação direta dos dados atuais com os anteriores a 2003.

Adaptando os dados atuais para uma forma que permita comparação de longo prazo (veja gráfico abaixo), o IBGE constatou que, em 2007, a renda média no Sudeste (R$ 1.044) e no Norte (R$ 784) foi menor do que em 1997 (R$ 1.145 e R$ 794, respectivamente).

Os rendimentos aumentaram nesses dez anos no Nordeste (de R$ 446 para 493), no Sul (de R$ 883 para R$ 936) e no o Centro-Oeste (R$ 955 para R$ 1.058).

A série histórica mostrada no gráfico se refere à média de ganhos de brasileiros que têm uma ocupação, não necessariamente remunerada (inclui, por exemplo, trabalho voluntário, estágio e produção de subsistência). O IBGE não disponibilizou dados regionais, em série de longo prazo, que tratem exclusivamente dos indivíduos remunerados.

Fonte:
Uol Economia