Protestos contra o governo reúnem 1,7 milhão nas capitais e no DF, segundo a PM

16/03/2015

Em São Paulo, número de manifestantes chega a 1 milhão, diz PM
A manifestação contra o governo federal em São Paulo reuniu cerca de 1 milhão, segundo estimativa da Polícia Militar. O Datafolha, no entanto, estimou o número em 210 mil. A maioria dos manifestantes vestiu amarelo, muitos estavam com a camisa seleção brasileira. Alguns levaram até vuvuzela, instrumento sonoro muito usado durante a Copa do Mundo da África, em 2010.

Muitas faixas criticavam a corrupção e as medidas econômicas do governo, outras pediam a saída da presidenta Dilma Rousseff. Integrantes do movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores dos protestos, levavam também uma cruz com os dizeres “Corrupção, Desemprego, Inflação, Juros: Que País é Esse”.

Entre os manifestantes, também há grupos que defendem a intervenção militar. Dos cinco carros de som presentes no ato na Avenida Paulista, dois trazem mensagens com pedidos de ação das Forças Armadas para destituir o atual governo. O principal argumento dos locutores dos carros de som e dos textos e panfletos distribuídos à população para defesa da volta dos militares ao poder é a corrupção na política brasileira.

Segundo o empresário Anderson Rocha, que panfletava em favor da intervenção militar, essa ação seria a única capaz “de limpar o Brasil”. “O Brasil está canceroso. A educação e a saúde não funcionam. Não tem outra fórmula”, declarou.

Durante a ditadura militar (1964-1985) o Estado brasileiro restringiu as liberdades individuais e praticou diversas violações de direitos humanos.

Pelo menos 434 pessoas foram mortas ou desapareceram por ação dos agentes da repressão. Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, o número não leva em conta os camponeses e indígenas que também sofreram com ação dos agentes da ditadura. A identificação dessas pessoas deverá aumentar o número de vítimas do regime militar.

Participam do ato pessoas de todas as idades. Um dos manifestantes, o médico Walter Amorim, de 65 anos, disse que protesta em favor da democracia e da liberdade. Já o jovem administrador de empresas Diego Vagner, de 25 anos, fez questão de dizer que é apartidário e que veio ao ato porque está insatisfeito com a atual situação política e econômica do país. “Acho que o Brasil está acordando para a reforma política necessária”, declarou.

A designer Lia Marques, de 52 anos, que é paulista, mas atualmente mora em Maceió, disse que veio para o casamento de um parente e aproveitou a viagem para participar do protesto na Avenida Paulista. “É justo o Brasil se indignar”, destacou. A manifestante lamentou que, depois de ter conquistado credibilidade no exterior, o país comece a perdê-la após as denúncias de corrupção na Petrobras.

Ainda em São Paulo, caminhoneiros seguem pela Avenida Rebouças em formato de comboio em buzinaço contra o governo. Segundo o organizador da marcha, Davi Oliveira, são 60 caminhões e o pedido em faixas e bandeiras é apenas um: "Fora Dilma".

Candidato à presidência em 2014 pelo PV, o ex-deputado Eduardo Jorge está no protesto na avenida Paulista. Sobre o impeachment ele diz: "Não podemos fazer as coisas com atropelo".

Ex-agente do Dops pede intervenção militar na Paulista
Trajando smoking, gravata borboleta e um capacete com a insígnia do Exército Brasileiro, o ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) Carlos Alberto Augusto, mais conhecido como Carteira Preta, que foi braço direito do delegado Sérgio Fleury no período da ditadura, participou da manifestação deste domingo na Avenida Paulista no bloco dos Militaristas, grupo que defende a intervenção militar.

No período da ditadura, o Dops era o órgão responsável pela repressão aos grupos antigoverno. "Estou aqui para homenagear as Forcas Armadas e protestar contra os `petralhas`", diz ele, que segura um cartaz com os dizeres "Quero ser ouvido pela Comissão da Verdade".

A comerciante Cristina Peviani, de 52 anos, uma das lideres do grupo pró-intervencionismo, conta que a organização nasceu na Escola Superior de Guerra, no Rio. Eles defendem que os militares tirem a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer do poder e instalem uma junta militar. O grupo conta com três carros de som, mas é minoritário.

Protestos contra Dilma reúnem mais de 100 mil no interior paulista
A série de protestos contra a presidente Dilma Rousseff reuniu mais de 100 mil pessoas em municípios do interior paulista, segundo organizadores dos atos, a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal. Em comum, os atos foram marcados pela ausência de atos de vandalismo ou confrontos, bem como de partidos políticos. Uma das maiores manifestações ocorreu em Ribeirão Preto (SP), berço de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, além de ex-coordenador de campanhas de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT.

Na cidade do interior paulista, entre 20 mil e 40 mil manifestantes – respectivamente de acordo com a PM e os organizadores – participaram pacificamente por duas horas do ato pelo impeachment da presidente. A maioria usava roupas verde e amarela e portava bandeiras do Brasil, ou bexigas nas duas cores. Bandeiras eram vendidas entre R$ 5 e R$ 10. Considerado o uniforme da manifestação, uma camiseta com um desenho estilizado do rosto de Dilma com um risco ao meio e a inscrição "Fora Dilma", também custava R$ 10. Na parte posterior da camiseta, a mão com quatro dedos suja de óleo – uma citação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e abaixo a inscrição "Basta".

Além de Dilma e Lula, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) foi alvo dos protestos. Ex-advogado do PT, um dos magistrados que irá analisar as denúncias de políticos do Ministério Publico Federal após a operação Lava Jato da Polícia Federal. Entre as faixas de protesto uma delas, segurada por duas garotas pedia intervenção militar no País.

Em Campinas, maior município do interior paulista, cerca de 35 mil pessoas participaram de dois protestos durante o dia e uma nova manifestação estava marcada para o final da tarde, segundo a PM.

Ao som do hino nacional cerca de 10 mil pessoas gritaram "Fora Dilma" e caminharam pelas ruas em protesto na região central de Franca. Outras 1.500 pessoas, na estimativa da PM, protestaram em São Carlos, na Baixada do Mercado, culminando com uma passeata até o terminal rodoviário. Alguns manifestantes pediam o impeachment da presidente e outros até mesmo a intervenção militar.

Em São José do Rio Preto, a manifestação reuniu 11 mil pessoas, segundo os organizadores e 10 mil, de acordo com a PM. Os organizadores convidaram 160 mil pessoas pela internet, esperavam 20 mil e público que compareceu foi considerado dentro do esperado.

Em Bauru, segundo a PM e organizadores, 12 mil manifestantes protestaram na passeata pedindo o impeachment de Dilma, acima dos 11 mil esperados. Em Araçatuba, a passeata começou às 9 horas e terminou por volta das 11 horas e entre 5 mil e 8 mil pessoas participaram da manifestação, segundo a PM.

Outros 5 mil manifestantes, segundo a Guarda Municipal tomaram a avenida Nove 9 de Julho, uma das principais de Jundiaí, durante manifestação contra o governo. Mais de cem policiais militares acompanhavam o deslocamento dos manifestantes pelas ruas da cidade. O trânsito ficou tumultuado mas sem de incidentes.Em Presidente Prudente, no Oeste de São Paulo, 4 mil manifestantes vestiram camisetas coloridas e algumas estampadas com mensagens de "Fora Dilma, fora de uma vez".

Em Santos, Litoral Sul de São Paulo, aproximadamente 12 mil pessoas, segundo a Guarda Municipal, participaram de protestos contra Dilma e o PT. O grupo se reuniu na Praça da Independência, no bairro do Gonzaga, e, a exemplo do registrado em outras cidades do País, manifestantes usavam camisetas com as cores verde e amarelo. Por: Gustavo Porto, Chico Siqueira, José Maria Tomazela, Lucas Sampaio, Luiz Alexandre Souza Ventura, Renê Moreira e Sandro Vilar

Manifestação na zona Sul do Rio de Janeiro (Foto:  Tasso Marcelo/ Fotos Públicas)Protesto na zona Sul do Rio de Janeiro (Foto: Tasso Marcelo/ Fotos Públicas)

Manifestantes ocupam orla de Copacabana
A manifestação contra o governo, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, reuniu cerca de 15 mil pessoas, de acordo com o presidente da Federação dos Metalúrgicos e da Força Sindical no Rio de Janeiro, Francisco Dal Prá, e chegou a ocupar as duas pistas da Avenida Atlântica. A PM se recusou a passar uma estimativa do número de manifestantes. Segundo os organizadores, 100 mil pessoas participaram. O protesto foi acompanhado do alto dos prédios da orla por moradores que se manifestavam das janelas dos apartamentos portando banddeiras do Brasil.

Capital Manifestantes, segundo a PM
São Paulo (SP) 1 milhão
Porto Alegre (RS) 100 mil
Vitória (ES) 100 mil
Curitiba (PR) 80 mil
Goiânia (GO) 60 mil
Brasília (DF) 50 mil
Belém (PA) 45 mil
Campo Grande (MS) 32 mil
Florianópolis (SC) 30 mil
Belo Horizonte (MG) 24 mil
Fortaleza (CE) 20 mil
Cuiabá (MT) 20 mil
Rio de Janeiro (RJ) não estimado pela PM
Recife (PE) 15 mil
Porto Velho (RO) 15 mil
Manaus (AM) 13 mil
Natal (RN) 12 mil
Salvador (BA) 11 mil
Maceió (AL) 10 mil
Palmas (TO) 10 mil
Rio Branco (AC) 5 mil
São Luís (MA) 3 mil
João Pessoa (PB) 2,5 mil
Roraima (RR) 2,5 mil
Macapá (AP) 1,5 mil
Aracaju (SE) 900

 Os manifestantes se concentraram na altura do Posto 5 e começaram uma caminhada em direção ao Leme. A maioria dos manifestantes vestia camisetas verdes e amarelas e carregava bandeiras do Brasil. No Rio, o ato foi convocado pelos movimentos Vem para Rua, Brasil Limpo e Cariocas Direitos.

Os manifestantes protestaram contra a corrupção e alguns grupos pediram o afastamento da presidenta Dilma Rousseff e do PT do governo. Em meio à passeata, um grupo de 15 estudantes com faixas e cartazes pedia a volta do Fies, em protesto contra a instabilidade do sistema online de acesso ao programa de financiamento estudantil nos últimos dias.

O estudante Alan Ângelo dos Santos, que pretende estudar engenharia na Universidade Estácio de Sá, disse que tentou fazer a inscrição no programa e não conseguiu. "Estou preocupado. Não tenho como pagar a faculdade e preciso estudar."

A aposentada Inocência do Carmo Alves, de 75 anos, desceu do prédio onde mora, perto do local da manifestação, para dar uma caminhada. Ela não sabia do ato, mas concordou com o protesto. "Espero que a manifestação dê certo porque é muita roubalheira", disse.

Na esquina da Rua Constante Ramos com Avenida Atlântica, um senhor que saía da praia vestindo apenas sunga e chapéu foi hostilizado por defender a presidenta Dilma. Ele discutiu com alguns manifestantes e foi cercado por policiais para continuar seu trajeto.

Também contrário à manifestação, o fiscal da Fazenda Sérgio Moura, morador de Copacabana, foi cercado e agredido por pessoas que participavam do protesto após o gritar para os manifestantes "irem para Miami".

"Me agrediram, jogaram cerveja, me deram chute", relatou. "Não vou ficar calado. Vocês querem que tenha um golpe militar para todo mundo ficar calado? Eu defendo o meu direito de ser democrático. Vai para Miami, vai atrás do teu dinheiro", repetia o funcionário público para as pessoas na rua.

Alguns manifestantes gritavam para ele "ir para Cuba", entre eles um advogado que não quis se identificar. “Ele veio provocar. Típico petista. Fica passeando aqui na Praia de Copacabana, mas para Cuba ele não vai”, criticou.

Homem com bandeira vermelha é agredido por manifestantes anti-Dilma
O mecânico Rogério Martins, que passava de bicicleta pela Avenida Atlântica, com uma bandeira vermelha enrolada no pescoço, foi hostilizado, agredido e expulso do local por manifestantes que participam de ato contra a presidente Dilma Rousseff na orla de Copacabana, na zona sul do Rio.

Depois de ser empurrado e cair da bicicleta, o mecânico foi cercado por policiais, que o escoltaram até uma rua transversal. Chamado de "ladrão" e "comunista", Martins não reagiu às agressões.

Um manifestante com a camisa da seleção brasileira tentou arrancar sua bandeira vermelha, com o símbolo do Movimento Nacional de Luta pela Moradia. Um policial que estava ao lado impediu e a devolveu para o mecânico, que guardou a bandeira na pochete.
"Eu não fiz nada e tentaram me espancar", disse Martins, antes de deixar o local de bicicleta.

Em Porto Alegre, Brigada Militar estima 100 mil manifestantes
O protesto contra o governo de Dilma Rousseff reuniu cerca de 100 mil pessoas em Porto Alegre, na tarde deste domingo, segundo estimativa da Brigada Militar. O número é inclusive maior do que o informado pelos organizadores, que estimam 60 mil manifestantes.

Os organizadores do ato a favor do impeachment de Dilma atenderam à recomendação da Brigada Militar e desistiram de entrar no parque da Redenção, para evitar um possível enfrentamento com um grupo que desde o início da manhã fazia um ato no local em defesa do governo petista. "Não queremos que pareça que estamos provocando", disse Fábio Ostermann, um dos organizadores.

Denominado de "coxinhaço", o evento pró-Dilma reuniu centenas de pessoas para ironizar os protestos que pedem a saída da petista do poder. Pedaços de coxinhas de galinha foram preparados em churrasqueiras portáteis e vendidos ao público que passava pela Redenção. Os participantes exaltaram a democracia e manifestaram apoio a Dilma e ao PT.

A previsão era que o evento "coxinhaço" terminasse antes de a caminhada organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) chegasse à Redenção, mas alguns participantes permaneceram no local e houve um bate-boca com os primeiros do grupo anti-Dilma que chegaram. Isso motivou a mudança de planos, e a multidão seguiu a caminhada de volta para o parque Moinhos de Vento, de onde saiu por volta das 15h30.

A mudança chegou a provocar uma dispersão porque alguns manifestantes que estavam na passeata entraram na Redenção antes de ouvir as novas diretrizes dos organizadores. Depois, porém, a maior parte dos participantes se reagrupou e rumou para o parque Moinhos de Vento.

Manifestantes se concentram na Esplanada dos Ministérios, área central de Brasília (Foto: José Cruz/AgênciaBrasi)Manifestantes se concentram na Esplanada dos Ministérios, área central de Brasília (Foto: José Cruz/AgênciaBrasi)

PM estima entre 45 mil e 50 mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios
Cerca de 50 mil pessoas se reuniram no protesto na região da Esplanada dos Ministérios e caminharam em direção ao Congresso Nacional, em Brasília. A maioria vestiu camisas com as cores da bandeira do Brasil e gritou palavras de ordem como "Fora, Dilma".

O protesto deste domingo foi pacífico e as cobranças foram variadas. A maioria protestou contra a corrupção e em apoio às investigações da Operação Lava Jato e ao juiz que conduz o processo, Sérgio Moro. Algumas pessoas vestiam camisetas com frases como "Fora, Dilma" e pediram o impeachment da presidente da República. Outros manifestantes fardados queriam uma intervenção militar.

Integraram a manifestação grupos como o Movimento Brasil Contra a Corrupção (MBCC), Movimento Brasil Livre, Movimento Limpa Brasil, Movimento Vem pra Rua, entre outros.
O protesto contou com seis caminhões de som. O aluguel do maior deles custou R$ 6 mil. Segundo um dos líderes da manifestação, o gerente de projetos Jefferson Bank, os manifestantes fizeram uma "vaquinha" para fazer o pagamento via WhatsApp.

Todos os manifestantes puderam falar ao microfone, exceto políticos. Também era proibido falar em apoio a partidos. Alguns ironizaram as manifestações em apoio ao governo da última sexta-feira. "Alguém aqui recebeu camiseta ou ganhou R$ 35 para estar aqui?", questionaram os manifestantes.

A manifestação em Brasília deste domingo também fez críticas ao tarifaço de energia elétrica promovido pelo governo no começo deste ano. Em um dos carros de som do protesto, em meio a bandeiras da Força Sindical, havia uma faixa com as frases: "Dilma, não cobre pela luz do sol".

No mesmo carro de som, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o chamado "realismo tarifário". Desde o início do ano, a conta de luz da maioria dos brasileiros subiu mais de 20%, em média.

Protesto em Belo Horizonte, Minas Gerais (Foto: Marcelo Sant Anna/Fotos Públicas)Protesto em Belo Horizonte, Minas Gerais (Foto: Marcelo Sant Anna/Fotos Públicas)

24 mil manifestantes ocupam Praça da Liberdade, em Belo Horizonte
Cerca de 20 mil de pessoas, segundo a Polícia Militar, ocuparam a Praça da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), para protestar contra o governo federal neste domingo. A maioria estava vestida com camisetas verde e amarelas em alusão à bandeira do Brasil, com apitos e panelas. Havia várias crianças, idosos e famílias em volta do coreto da praça.

Um carro de som foi usado pelos manifestantes. Eles disseram que este domingo é o segundo grito de independência do País. "Não vamos pintar a bandeira do País de vermelho", gritavam. Eles cantaram o Hino Nacional. Depois, disseram um coro: "1, 2, 3, 4, 5, mil. Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil". Também tocavam as músicas "Vem pra rua", de O Rappa, e "Que país é esse?", da Legião Urbana.

Ainda segundo a PM, 15 mil homens fizeram o policiamento durante a manifestação, com efetivo também na Praça Sete, no Centro. Além disso, helicópteros sobrevoram a Praça da Liberdade. Embora o ato não tenha cunho político, há autoridades mineiras presentes. O deputado estadual João Leite (PSDB) veio com a família, mas disse que por vontade própria. "Estou aqui para me juntar na indignação do povo com o governo em não cumprir as promessas de campanha", declarou.

Manifestação em Fortaleza se concentra na Praça Portugal
Em Fortaleza, a manifestação contra a corrupção no Brasil e o governo da presidenta Dilma Rousseff foi de manhã, na Praça Portugal, na Aldeota, bairro nobre da capital. A Polícia Militar calculou que havia 20 mil pessoas no protesto.

A maioria dos manifestantes vestia roupas com as cores da bandeira brasileira e levantava faixas com frases de rejeição ao PT e à presidenta.

“Toda essa política suja que temos hoje se processou pela nossa omissão. Com esse ato, mostramos que o povo está vigilante, não está passivo. Esperamos que a pressão popular norteie as decisões do Legislativo. Nosso objetivo é fazer com que as pessoas ocupem os espaços e encontrem formas de se engajar na política, não necessariamente de forma partidária”, disse o arquiteto Paulo Angelim, um dos organizadores do protesto.

Por volta do meio-dia, os manifestantes saíram da Praça Portugal em direção à Avenida Beira-Mar, na Praia de Iracema. No caminho, algumas pessoas se dispersaram, indo para os restaurantes e barracas de praia próximos.

O ato foi finalizado no Jardim Japonês, na Beira-Mar, onde houve discursos e a execução do Hino Nacional. Os participantes também cantaram trechos da música Pra não Dizer que não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, considerada símbolo da resistência à ditadura militar (1964-1985).

Protesto em Recife neste domingo (Foto: Rodrigo Lôbo/ Fotos Públicas)Protesto em Recife neste domingo (Foto: Rodrigo Lôbo/ Fotos Públicas)

Ato em Recife tem hino das Forças Armadas e defensores da ditadura
Ao som de hinos das Forças Armadas e de paródia da famosa música de Geraldo Vandré, Para não dizer que não falei de flores, defensores de uma intervenção militar fizeram, neste domingo uma caminhada na Avenida Boa Viagem, no mesmo local onde 8 mil pessoas se manifestaram pela manhã contra o governo Dilma. De acordo com os organizadores, do grupo Direita Pernambuco, mil pessoas participaram do protesto. Para a PM, são cerca de 300.

Gravações do deputado federal Jair Bolsonaro sobre intervenção também foram divulgadas, através de carro de som. Leandro Quirino, integrante do movimento, defende a intervenção por entender que o governo do PT "rouba e quebra o Estado".

Com um cartaz pedindo intervenção já, Carlos Fernandes, militar da Aeronáutica, lembrou que uma intervenção só se dará com o clamor popular. A paródia da famosa canção de Vandré dizia "saqueando e roubando, Dilma vai embora que o Brasil não quer você e leve o Lula junto".

A enfermeira Terezinha Rocha, 50, trabalhou pela manhã e foi expressar sua insatisfação no evento da tarde. Mesmo contra a intervenção militar, colocou um nariz de palhaço e pegou uma bandeira do Brasil e foi para a rua. Disse ser momento de unir todas as forças que querem o "Fora Dilma".

Ao longo do dia, a Polícia Militar estimou o número de participantes nos protesto em Recife em 15 mil.

Salvador, Bahia (Foto: Joao Alvarez/ Fotos Públicas)Salvador, Bahia (Foto: Joao Alvarez/ Fotos Públicas)

11 mil foram às ruas em Salvador
A Polícia Militar revisou para 7 mil o número de participantes da manifestação contra o governo e a corrupção realizado pela manhã, no Farol da Barra, em Salvador. Pouco depois do meio dia, a corporação havia informado que 5 mil pessoas tinham participado do ato. Segundo a organização do evento, o número de manifestantes chegou a 10 mil.

A PM também informou ter detido duas pessoas em uma avenida nas proximidades do local da manifestação, no fim da manhã. De acordo com a corporação, os dois suspeitos, que estavam mascarados, levavam líquido inflamável em uma mochila. Eles foram levados para a 14ª Delegacia, na Barra.

Uma segunda manifestação, convocada para também para o Farol da Barra, mas à tarde, teve pouca adesão . Segundo a Polícia Militar, o número total de participantes ficou em 11 mil.

Em Maceió, PM diz que cerca de 10 mil protestaram contra governo
Cerca de 10 mil pessoas, de acordo com a Policia Militar de Alagoas, participaram na manhã deste domingo, em Maceió, do ato contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Organizado pelo movimento Brasil Livre, manifestantes percorreram 3 km pela orla da capital alagoana, com pedidos de "Fora Dilma" e de impeachment da presidente. O ato terminou com a execução do Hino Nacional brasileiro.

Em Belém, PM estima que 45 mil participaram da manifestação contra o governo
​A Polícia Militar estima que cerca de 45 mil pessoas participaram das manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff neste domingo, em Belém (PA). O número é menor do que os cerca de 60 mil estimados por manifestantes à frente do ato. Na capital paraense, o protesto se concentrou na Avenida Doca de Souza Franco, famoso destino de festas e comemorações na capital paraense. A dispersão começou por volta das 11h.

Sindicatos dos médicos, dos enfermeiros e do transporte alternativo, a associação de emancipação de municípios e participantes da ordem da maçonaria foram algumas das instituições que participaram da manifestação.

Ato contra Dilma aconteceu no final da tarde no Amapá
No Amapá, a manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Roussef foi realizada no final da tarde, com concentração na Praça da Bandeira ecaminhada até às margens do rio Amazonas. Segundo a Polícia Militar, 1.500 pessoas participaram do ato, mas a organização do evento diz que o número de manifestantes chegou a cinco mil. 

No Amapá, desde 1989 – quando voltaram a ser realizadas eleições para presidente da República – o PT sempre conquistou a maioria dos votos. Na última eleição, Dilma teve 61,45% dos votos dos amapaenses. Apesar do número reduzido de manifestantes, 480 policiais militares e três viaturas, além dos batalhões de choque e de trânsito, acompanharam o percurso.

Nenhum político, celebridade ou partido político apareceu na manifestação. O líder do movimento, Marcos Melo, disse que não participa de nenhum partido político e que as pessoas que estavam na manifestação são gente do povo, cansada da corrupção e da falta de saúde e educação. Nas redes sociais pouco se falou sobre a participação dos amapaenses no ato que aconteceu neste domingo em todo o país.

Em sua conta no twitter, o internauta Léo Correa disse que "O amapaense adora político corrupto, daí a pouca expressão popular na manifestação…", referindo-se ao fato do governador eleito ano passado ter sido preso em 2010 na Operação Mãos Limpas, que desmontou uma quadrilha acusada de desviar recursos públicos. Os campeões de voto no Amapá em 2014, Marília Góes e o ex-prefeito Roberto Góes, eleitos respectivamente deputada estadual e deputado federal também foram presos na Operação Mãos Limpas.

Curitiba (Foto:  Orlando kissner/ Fotos Públicas)Protesto em Curitiba (Foto: Orlando kissner/ Fotos Públicas)

Brasileiros vão às ruas em Portugal, Reino Unido e Estados Unidos
Brasileiros também foram às ruas neste domingo em Lisboa, capital portuguesa, e em Londres, no Reino Unido, para protestar contra o governo da presidenta Dilma Rousseff. Os protestos foram convocados pelo Facebook.

Em Londres, cerca de 60 pessoas enfrentaram o frio e a chuva para participar da manifestação, que aconteceu em frente à embaixada brasileira, no centro da capital britânica. Quase 700 pessoas tinham confirmado presença pela internet. Eles vestiam verde e amarelo, seguravam bandeiras e cartazes em português e inglês pedindo o fim da corrupção. Em vários momentos, entoavam palavras de ordem contra o governo.

Em Lisboa, cerca de 50 manifestantes se reúnem neste momento na Praça Luís de Camões. Eles vestem verde e amarelo, seguram bandeiras e até panelas. No Facebook, mais de 3 mil pessoas tinham confirmado presença. Os organizadores também convidaram os brasileiros que vivem em Portugal a pendurarem bandeiras do Brasil nas janelas neste domingo, como um ato de apoio ao país e protesto contra o governo.

De manhã, em Nova York, um grupo de brasileiros se concentrou na Union Square. Eles cantaram o Hino Nacional e pediram o impeachment da presidenta. Pelas redes sociais, manifestantes disseram que entre 70 e 80 pessoas estiveram na manifestação em Nova York.

Em Miami, o protesto começou ao meio-dia (13h no horário de Brasília), segundo informações dos brasileiros participantes, que postaram fotos de cartazes e se mobilizaram nas redes sociais como Facebook e Twitter.

De manhã, pelas redes sociais, brasileiros que moram em Boston e em Orlando também reforçavam a convocatória para o ato de protesto.

A população de brasileiros residentes nos Estados Unidos é estimada em 1,2 milhão.

Cerca de 30 participam de ato em Buenos Aires
Cerca de 30 brasileiros reuniram-se no início da tarde deste domingo diante do Obelisco, tradicional local de protestos em Buenos Aires. Por volta das 15 horas, quando o grupo atingiu o quórum máximo, o Hino Nacional foi cantado ao lado da bandeira argentina, que tremula perto do monumento. Sem adesão suficiente ou ânimo para promover os tradicionais cortes na Avenida 9 de Julho, o ato transcorreu pacificamente e não chamou atenção dos argentinos, já acostumados a manifestações de todo tipo no local.

"Não quero a saída da Dilma, nem impeachment. Só quero que a verdade venha à tona", afirmou Juliana Pereira Moreira, 42, de Brasília, que chegou à Argentina para morar um ano com o marido e usava, assim como algumas amigas, uma camiseta amarela com letras em verde com a inscrição "fora corruptos".

Segundo ela e amigos que estiveram no protesto, houve confusão em relação ao horário e local da mobilização na Argentina, o que impediu uma aglomeração maior. Algumas páginas no Facebook falavam que seria ao meio-dia, outras marcavam para as 15 horas. A Casa Rosada também era um local de concentração apontado.

Quando o grupo principal já tinha se dispersado, chegaram ao Obelisco três estudantes de Medicina da Universidade Aberta Interamericana (UAI). O trio, que tinha visto uma convocação para as 16 horas na internet, reclamava da valorização do dólar no Brasil, que torna a vida em Buenos Aires mais cara. Mas apresentava outras razões para criticar o governo de Dilma Rousseff. "Vim estudar na Argentina porque não tive oportunidade no Brasil. O que pago para viver durante um mês aqui seria só o valor da mensalidade do curso no Brasil", disse Miguel Ramirez, de 26 anos, de Minas Gerais.

Seu colega Tiago Apel, também de 26 anos, tinha como alvo "o aumento da gasolina, dos impostos e o escândalo na Petrobras". "Não acho que seja um protesto de classe média alta, como dizem. O Brasil está unido contra tudo isso tudo", afirmou. O terceiro estudante, Maicon Dantas, apontou um objetivo apenas para usar o cachecol verde-amarelo na tarde ensolarada de ontem na capital argentina. "Quero que a Dilma saia."

Brasileiros que faziam turismo na região lamentavam não ter ficado sabendo da manifestação. "Se soubesse, teria vindo antes. Mas gostaria mesmo é de estar no Brasil participando", afirmou Sandra Souza, de Goiânia, que acompanhava por celular os atos nas capitais brasileiras e se surpreendeu com as fotos de multidões.

 

Fonte:
EPOCA