Produtores pressionam governo para discutir tarifa de álcool com EUA
09/01/2009
O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, cobrou, durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (1º), a discussão com os Estados Unidos sobre a redução da tarifa de importação do etanol.
A proposta já foi definida como prioritária pelo governo brasileiro e será alvo de negociação durante a visita do presidente norte-americano George W. Bush, na próxima semana. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse na quarta-feira (28) que o tema será tratado entre Lula e Bush, em reunião marcada para a próxima semana, em São Paulo.
Os dois presidentes devem selar um acordo bilateral sobre biocombustíveis. Para Carvalho, porém, é importante que Lula deixe clara a necessidade da redução de tarifas – hoje, o álcool brasileiro paga uma taxa de 2,5% sobre o valor do contrato, mais US$ 0,54 por galão (R$ 0,30 por litro), para entrar no mercado norte-americano.
“É importante que o presidente Lula transmita a Bush nossa vontade inabalável de abertura de mercado”, afirmou o presidente da Unica. “Nós chegamos a exportar 2 bilhões de litros para EUA por circunstâncias especiais. A grande maioria foi pagando enormes tarifas. Para se ter um mercado estável é preciso que se derrubem impedimentos”, disse Carvalho.
Longo prazo
Uma das possibilidades para a redução da taxa é a determinação de um programa de longo prazo, que diminua gradualmente os impedimentos impostos ao produto brasileiro. O senador republicano Richard Lugar, aliado de Bush no Congresso, pretende apresentar uma proposta para diminuir de maneira gradativa a tarifa de US$ 0,54 por galão até sua extinção em 2009.
Conforme dados da associação, Brasil produz hoje 18 bilhões de litros de etanol, dos quais 3,5 bilhões são exportados. A previsão da Unica é que a produção nos próximos seis anos chegue a 30 bilhões de litros. Além do acordo com os Estados Unidos, Japão e União Européia têm interesse de explorar o setor brasileiro.
O presidente da Unica sinalizou que a indústria precisaria crescer para suprir toda demanda internacional. “Nada disso ocorre do dia para a noite, a única certeza é que temos capacidade de produzir para os mercados que aparecerem”, disse.
Fonte:
G1