Produto chinês com marca brasileira chega ao mercado
09/01/2009
Empresas nacionais de setores ameaçados pela competição com a China estão importando diretamente produtos acabados e componentes feitos por indústrias chinesas. Seus objetivos são defender o mercado doméstico contra o avanço dos concorrentes chineses e tornar mais competitivos os produtos que elas fabricam no Brasil.
A Gradiente trouxe no ano passado R$ 175 milhões em aparelhos eletrônicos chineses. Eles chegaram prontos, foram vendidos com a marca da companhia e representaram cerca de 20% das vendas. A Gulliver conseguiu metade do seu faturamento com brinquedos que ela mesma importou da China. Jaquetas expostas com a etiqueta da Hering em suas lojas também foram feitas pelos chineses. Bicicletas e carros elétricos produzidos pela fabricante de brinquedos Bandeirante usam baterias, correntes e motores trazidos de indústrias da China.
É cedo para dizer se esses exemplos representam um movimento generalizado e irreversível, mas analistas como o economista José Roberto Mendonça de Barros, da consultoria MB Associados, acham que eles indicam transformações profundas em curso na indústria brasileira. “A competição com a China obrigará empresas de vários setores a rever suas estratégias”, diz.
A maioria das empresas acredita que conseguirá se manter à tona por um bom tempo explorando segmentos em que marcas reconhecidas ainda valem mais do que a capacidade da China de produzir em massa a custo baixo. Mas muitas estão preocupadas. “Em algum momento nosso modelo terá que ser repensado”, diz o presidente da Azaléia, Antonio Britto Filho.
Valor Economico
09/05/2005