Produção de veículos impulsionam ritmo da indústria no semestre
09/01/2009
Impulsionada pela produção de veículos, a atividade industrial em São Paulo fechou o primeiro semestre com alta de 3,4% em relação a mesmo período de 2005. Os números, da nova Pesquisa Industrial Regional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada ontem, mostram que houve desempenho favorável na maioria – em nove – das 14 áreas pesquisadas pelo instituto no acumulado do ano até junho.
O setor automobilístico foi um dos principais responsáveis pela expansão na indústria paulista, ao apresentar elevação de 7,4% na atividade. Outro destaque no Estado foi a fabricação de material eletrônico e equipamentos de comunicações (telefones celulares), com alta de 13,4%.
Para a coordenadora da pesquisa, Isabella Nunes Pereira, a produção de veículos vai bem em função do mercado interno, devido à expansão do crédito, já que no campo externo, há retração, em conseqüência da queda do câmbio. Na análise do Iedi (Instituto para Estudos do Desenvolvimento Industrial), houve também o benefício do crescimento da renda real da população no início do ano.
A avaliação dos especialistas é de que no país todo, e também no Estado, o desempenho no acumulado do ano se concentra em dois ramos: os produtos básicos (minério de ferro, petróleo, celulose e açúcar), por conta do comportamento favorável dos preços internacionais das commodities; e em bens de consumo, como eletroeletrônicos e automóveis.
Por conta desses fatores, o setor industrial de São Paulo por enquanto mostra resistência. Enquanto no segundo trimestre, a maior parte das regiões pesquisadas mostra queda em relação aos três meses iniciais, em São Paulo houve evolução de 1,3%.
No entanto, o Iedi, ligado às entidades da indústria, avalia que o crescimento de 3,4% é vulnerável, seja por conta de mudanças no cenário internacional seja pela desaceleração do consumo, por conta do maior nível de endividamento das famílias.
Para a instituição ligada ao setor industrial, a manutenção da política de redução dos juros básico, medidas para a redução do spread bancário (a margem de lucro dos bancos) e a busca de uma taxa de câmbio competitiva são instrumentos fundamentais para que a performance da indústria melhore no segundo semestre o país alcançada evolução de 5% no ano.
Conjuntura – Fatores conjunturais, como a greve da Receita Federal e a Copa do Mundo, em junho, contribuíram para uma queda de 2,3% na atividade industrial nesse mês relação a maio no Estado de São Paulo.
O movimento de retração ocorreu em dez locais de um total de 14 pesquisados pelo IBGE confirmaram o cenário nacional desfavorável (queda de 1,7%) em junho ante maio, já observado pelo instituto.
Fonte:
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC