Problemas de crédito nos EUA voltam a derubar Bolsas no mundo

09/01/2009

Notícias negativas relacionadas a crédito voltaram a abalar os mercados de ações de todo o mundo. A Bolsa de Valores de São Paulo Bovespa) abriu em baixa nesta quarta-feira.

Na Ásia, os mercados de ações caíram mais de 4% e o iene disparou para o patamar mais alto em três meses. Já no final da tarde de ontem os sinais de crise no setor de empréstimos fizeram a Bovespa encerrar em baixa, depois de ter operado em alta na maior parte do dia.

“A baixa não será confinada ao mercado norte-americano. Estamos começando a ver que terá um impacto sobre outros setores financeiros do mundo”, disse Chung Kyun-sik, diretor de investimentos da Eastar Investment Advisors.

O índice MSCI, que mede o movimento dos principais mercados da Ásia sem o Japão, despencava mais de 4% e está caminhando para sua pior queda diária desde os ataques de 11 de setembro de 2001.

Na Europa, as Bolsas de Londres, Paris, Frankfurt, Madri, Milão e outras operam em baixa nesta quarta-feira.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse hoje que o impacto do mercado de financiamento imobiliário de alto risco está amplamente contido e que a economia global está forte como nunca esteve em décadas. Após a sua fala, os mercados futuros de Nova York reduziram a trajetória de queda.

Três notícias
A queda nas Bolsas acontece porque três notícias reforçaram o receio dos investidores diante de papéis de risco, como ações de empresas, principalmente as de países emergentes, e os levaram a procurar investimentos mais seguros, como os títulos do Tesouro norte-americano.

A companhia australiana Macquarie Bank alertou nesta quarta-feira que os investidores varejistas de dois fundos de dívida enfrentam perdas de até 25%. Com isso, as ações da empresa despencaram 10,67%. O alerta aconteceu apenas duas semanas depois que outros dois fundos australianos divulgaram problemas semelhantes.

Ontem, outras duas empresas haviam dado informações desanimadoras. O Bear Stearns, que já viu o colapso de dois fundos de “hedge”, afirmou na noite de terça-feira ter suspendido os resgates de um terceiro depois que investidores temerosos tentaram sacar dinheiro.

Pouco antes, a American Home Mortgage Investment informou que pode ter que liquidar ativos e que não poderá realizar empréstimos.

A Bovespa chegou a repercutir a notícia da American Home Mortgage Investment. Mas as demais notícias apareceram após o fechamento do mercado brasileiro de ações, e devem refletir a partir do pregão desta quarta-feira.

Ásia
A turbulência dos mercados impulsionou a moeda e os bônus do Japão, com o iene atingindo pico em três meses de 117,98 contra o dólar, enquanto os futuros dos bônus do governo japonês avançavam para o maior patamar em dois meses.

A Bolsa de Tóquio fechou em queda de 2,19%, a 16.870 pontos, menor nível desde meados de março.

Na Coréia do Sul, a Bolsa de Seul caiu quase 4%, com ações de empresas de tecnologia como Samsung liderando as perdas depois de um tombo de quase 7% nas ações da Apple .

A Bolsa de Hong Kong fechou em baixa de 3,15%, em Xangai houve queda de 3,81% e em Taiwan o mercado registrou desvalorização de 4,26%. Cingapura viu perdas de 3,27% e na Tailândia a queda foi de 3,06%.

Fonte:
Uol Economia
informações da Reuters