Principais acordos firmados entre Brasil e China

21/05/2015

Brasília (AFP) – Brasil e China firmaram na terça-feira 35 acordos de investimento e cooperação, totalizando mais de 53 bilhões de dólares, em um ambicioso plano conjunto até 2021.
Confira abaixo os principais pontos do acordo:
Ferrovia interoceânica Brasil-Peru
Início de um estudo de viabilidade para uma ferrovia ligando Campinorte, em Goiás, a um porto a ser definido do Pacífico peruano.
Ligada a outras ferrovias em construção ou com início previsto no Atlântico, a linha atravessará a América do Sul de leste a oeste, incluindo uma parte da Amazônia.
O projeto visa "melhorar os sistemas logísticos" de Brasil e Peru, reduzindo o preço sobre o transporte de "commodities", como soja e minério de ferro, assim como melhorar a rede de infraestrutura da América do Sul.
O acordo prevê a criação de uma comissão de trabalho integrada por especialistas de Brasil, China e Peru, que deverá avaliar, entre outros aspectos, a viabilidade ambiental e jurídica, o volume de tráfego, exigências técnicas da obra e investimentos necessários para a conclusão da ferrovia.
Os especialistas designados por cada país apresentarão um relatório final do estudo – financiado com capital chinês – a seus respectivos governos em maio de 2016.
Reabertura do mercado chinês para carne bovina brasileira
Os dois governos firmaram um estrito protocolo de higiene que reabrirá o mercado chinês à carne bovina do Brasil.
Em 2012, após um caso atípico de vaca louca detectado em um animal morto no estado do Paraná, China e outros países suspenderam a importação de carne brasileira.
Foram habilitadas oito unidades para exportar à China e, segundo o governo brasileiro, outros 26 frigoríficos receberão sinal verde nas próximas semanas para voltar a exportar. A suspensão do embargo deve representar uma receita anual de 520 milhões de dólares para o Brasil.
Financiamento de projetos da Petrobras
O Brasil firmou acordos totalizando 7 bilhões de dólares para financiar projetos da Petrobras, mergulhada em um escândalo de corrupção que abalou a empresa. 
Os acordos foram firmados entre o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e representantes do Banco de Desenvolvimento da China, do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) e do Eximbank chinês.
 
Venda de 22 aviões da Embraer
Durante a visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, a China encomendou 22 aviões da Embraer para a companhia Tianjin Airlines, sendo 20 aparelhos E195s e dois E190-E2s. 
O valor do contrato é de cerca de 1,1 bilhão de dólares, segundo a Embraer. 
Esta venda é a primeira etapa de uma encomenda de 40 aviões para a Tianjin Airlines, em uma operação global que envolve 60 aeronaves e também a companhia chinesa ICBC Leasing.
 
Acordo entre Vale e instituições chinesas
A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, firmou vários acordos com grupos chineses, incluindo a venda à China Ocean Shipping Company – empresa de logística e transporte marítimo – de quatro navios de transporte de minérios de 400 mil toneladas, pelo total de 445 milhões de dólares.
O grupo brasileiro também firmou um acordo de cooperação financeira com o banco ICBC, totalizando 4 bilhões de dólares.
 
Fundos de investimentos para infraestrutura
Com forte ênfase em investimentos, o encontro entre os líderes de Brasil e China permitiu acordos para a criação de dois fundos de promoção de projetos de infraestrutura.
Um acordo firmado entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e o banco chinês ICBC prevê a criação de um fundo de 50 bilhões de dólares.
Existe ainda a proposta da China de se criar outra reserva de "cooperação produtiva", onde os asiáticos colocariam entre 20 e 30 bilhões de dólares "dirigidos prioritariamente para investimentos nas áreas de siderurgia, cimento, vidro, material de construção, equipamentos e manufaturas".
 
Fonte: DiariodePernambuco