Previsão de exportação sobe para US$ 134 bi

09/01/2009

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior trabalha com a expectativa de que as exportações brasileiras alcancem, pelo menos, US$ 134 bilhões, em 2006, e não mais US$ 132 bilhões, como prevê a meta estabelecida pelo governo. A revisão da meta foi admitida ontem pelo ministro da pasta, Luiz Fernando Furlan. Ele defendeu que, na hipótese de reeleição, o governo do presidente Lula passe a fixar também metas anuais de crescimento econômico.

Para os próximos quatro anos, o ministro entende que o piso de aumento real do Produto Interno Bruto (PIB) deveria ser fixado entre 5% e 6% ao ano. Na opinião de Furlan, o fato de o Brasil estar tendo sucesso no controle da inflação já permite estabelecer como “novo desafio” atingir determinado nível de crescimento da economia.

O estabelecimento de metas para o desempenho do PIB foi defendido pelo ministro ao deixar a sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ontem, onde participou de encontro com empresários do Brasil, da Índia e da África do Sul sobre as condições de investimento produtivo nos três países.

O economista-chefe da Unidade de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco, em princípio concorda com Furlan. Mas adverte que, se forem mesmo fixadas, as metas de crescimento econômico não podem servir de referencial para a política monetária e sim para outras ações de política econômica do governo.

“Acho possível perseguir as duas metas (de crescimento do PIB e de inflação) simultaneamente. Mas não usando o mesmo instrumento”, disse Castelo Branco. Assim, explicou, ao calibrar os juros, o Banco Central deve continuar perseguindo única e exclusivamente metas para a inflação. O crescimento econômico, defendeu, deve ser preocupação de outros setores da administração federal e não da autoridade monetária. Na sua opinião, para atingir metas em relação ao PIB, o governo deveria começar pela redução da carga tributária.

Perguntado sobre a revisão da meta de exportações, o economista da CNI disse achar bastante possível que o país consiga exportar US$ 134 bilhões em 2006. Ele ponderou, no entanto, que isso será conseqüência, em grande medida, do aumento no preço das mercadorias e não só da quantidade.

O Ministério do Desenvolvimento pensa em elevar a meta diante do desempenho das exportações no segundo semestre. Conforme Furlan, os números já apurados até agosto ultrapassam em cerca de US$ 1 bilhão o esperado. Incluindo parte de setembro, o país exportou, desde o início de 2006, US$ 91,17 bilhões. Em 12 meses até agosto, o volume exportado já ultrapassou US$ 130 bilhões. Em relação às importações, as projeções do ministério indicam US$ 90 bilhões no ano calendário, dos quais US$ 60,7 bilhões já ocorridos.

Fonte:
Valor Economico
Mônica Izaguirre