Pressão interna do PT para afrouxar política monetária

09/01/2009

Brasília, 25 de Maio de 2005 – Palocci discorda das propostas para elevar meta de inflação para 5,1% em 2006. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu ontem o aumento da meta de inflação para 2006 de 4,5% para, pelo menos, 5,1%, mantida a margem de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Em junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidirá se ratifica ou altera a meta de 4,5% para o próximo ano, quando haverá eleições gerais no País, e estabelecerá o índice a ser perseguido em 2007. Mercadante formalizou a proposta durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O senador conta com o apoio do setor produtivo e de outros integrantes do governo, como o vice-presidente da República, José Alencar, o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega. A idéia é adotar uma meta que garanta a redução da inflação, mas de forma gradual, e não em uma tacada apenas, para que não haja prejuízo ao crescimento da economia. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não vêem com bons olhos a iniciativa.

“Não vejo vantagem de se ter um pouco mais de crescimento com um pouco mais de inflação”, disse ontem Palocci, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem à Ásia. A meta de inflação sugerida por Mercadante para 2006, de 5,1% conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é a mesma perseguida neste ano. De acordo com o senador, não há razão para o CMN manter 4,5% para o próximo ano.

Gazeta Mercantil
Daniel Pereira
26/5/2005