Presidente do BC diz que Brasil está preparado para reagir a turbulências

09/01/2009

SÃO PAULO – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acredita que o Brasil está em uma posição confortável para enfrentar as turbulências nos mercados internacionais. Para ele, a condição atual da economia brasileira é fundamental para que o país não mais enfrente uma eventual crise despreparado.

De acordo com ele, o Brasil entrou numa nova fase, em que não está em ajuste econômico – entrando, saindo ou lidando com uma crise – ou situação muito vulnerável, mas sim numa etapa em que é preciso fomentar o crescimento.

” O Brasil hoje está em uma posição de mais força para enfrentar as oscilações nos mercados internacionais. Tem condições de olhar para isso com cuidado, mas não como um país vulnerável ” , disse o presidente da autoridade monetária.

Segundo ele, o ajuste nos mercados internacionais já era aguardado. Há pouco a Bolsa de Nova York registrava queda de 0,4% e a de Xangai, que derrubou mercados em todo o mundo no início da semana, fechou a sexta-feira com alta de 1,2%. ” É preciso avaliar, porém, se esse ajuste é pontual ou mais permanente ” , disse Meirelles, que afirmou que o foco das atenções, apesar da China, na realidade devem ser os Estados Unidos. Ele citou a fragilidade demonstrada nas últimas leituras dos indicadores do mercado imobiliário do país como um fator de preocupação. Segundo ele, essa fragilidade pode causar um efeito cascata que acabe por afetar as importações do país e, consequentemente, qualquer país que exporte para os EUA.

Meirelles citou, entretanto, alguns fundamentos econômicos brasileiros como prova de que o país estaria mais preparado para enfrentar as oscilações internacionais. Ele fez questão de mencionar o aumento das reservas cambiais brasileiras para mais de US$ 100 bilhões, marca histórica no país, além de ressaltar a redução na dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e a eliminação da influência do dólar no estoque da dívida doméstica.

Fonte:
Valor Online
José Sergio Osse