Piora expectativa sobre o futuro da economia do Brasil

19/05/2010

A economia do Brasil deve desaquecer daqui pra frente, como resultado do cenário global em que a crise da Europa pode causar efeitos negativos sobre toda a América Latina. Pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) feita em parceria com o instituto alemão Ifo mostra que as expectativas sobre o país pioraram.

O clima econômico no Brasil caiu de 7,8 pontos, em janeiro, para 7,3 pontos no mês passado – o dado ainda é maior do que a média dos últimos dez anos (de 6,1 pontos). A situação atual melhorou (saindo de 7,7 pontos para 8,1 no indicador), enquanto a expectativa piorou (de 7,8 para 6,4 pontos).

O estudo, divulgado nesta quarta-feira (19), mostra que a América Latina, em geral, está na “fase de recuperação no relógio do ciclo econômico".

O clima econômico da região ficou estável em 5,6 pontos em abril em relação a janeiro. Isso porque a melhora da confiança sobre o presente foi estabilizada pela queda nas expectativas.

O componente de situação atual subiu para 4,7 pontos em abril ante 4 pontos. O de expectativas recuou para 6,4 pontos, comparado a 7,1 pontos no mês anterior.

Houve queda do índice geral em cinco países da América Latina: Brasil, Argentina, Chile, Equador e Venezuela.

No ranking da região, Peru e Brasil mantiveram suas posições em, respectivamente, primeiro e segundo lugar. A pesquisa aponta a falta de competitividade e elevado desemprego são os principais problemas da região.

– A crise da Grécia e as incertezas quanto ao efeito contágio para outros países da zona do euro deve ter influenciado a formação de expectativas menos favoráveis.

Presente positivo

O indicador sobre os dados atuais da economia brasileira vão de encontro às perspectivas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país) para o ano.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, elevou as previsões de crescimento da economia. Enquanto os dados oficiais do governo apontam para uma alta de 5,2%, o ministro já fala em um número entre 5,5% e 6%.

Ele reconheceu que há previsões mais otimistas, entre 6,5% e 7%, para o crescimento do país, “mas elas são um pouco exageradas”.

O próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) reconhece que o avanço do Brasil deve surpreender neste ano. A mais recente revisão foi feita em abril, quando o fundo elevou de 4,7% (dados de outubro) para 5,5% a taxa de avanço da economia. Murilo Portugal, vice-diretor-gerente do FMI, admitiu nesta terça-feira (18) que o Brasil pode crescer mais do que isso.

– É possível que tenhamos que revisar as projeções. No caso do Brasil, pode ter um número maior. O Brasil já está numa etapa mais avançada da recuperação e deve continuar apresentando bom desempenho na comparação com os demais países.

 

Fonte:
R7 Notícias/Reuters