PIB vai crescer 150% e Brasil terá 5º maior mercado em 2030, diz estudo
20/08/2008
Esse movimento será puxado pela expansão de 150% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no período, ladeada pela melhora dos níveis de produtividade da economia combinada com um estreitamento da pirâmide social.
"Haverá uma mudança profunda do perfil da sociedade brasileira", disse Fernando Garcia, da FGV Projetos, que executou o estudo em parceria com a Ernst & Young. As premissas baseiam-se em indicadores econômicos de 100 países nos últimos 57 anos.
De acordo com o documento, diferentemente do que ocorreu nas últimas décadas, com a estabilidade econômica, o Brasil começa a trilhar o caminho do crescimento sustentado, sob suporte de dois alicerces principais.
O primeiro é a elevação da taxa de investimento na economia, dos atuais 19% para 22,7% do PIB, que vai suportar o aumento da oferta de energia e de infra-estrutura em níveis suficientes para sustentar o aumento da demanda.
O segundo é a tendência de maior escolaridade da mão-de-obra, de 7,8 para 11,8 anos, pré-condição para produzir ascensão social e aumento da produtividade da economia dos atuais 0,1% para 0,9% ao ano.
De acordo com Garcia, famílias que hoje têm renda mensal de R$ 4.000 a R$ 16 mil, consideradas como classes A e B, serão o motor dessa transformação, sendo responsáveis por 47,5% do aumento do consumo nos próximos 22 anos.
As projeções tomam como base um cenário em que o PIB doméstico crescerá a uma taxa média de 4% ao ano, que levaria o país da décima para a oitava posição entre as maiores economias do mundo até 2030.
De acordo com o consultor, o horizonte pode ser melhor se o país obtiver avanços mais pronunciados em temas como aparato regulatório para a área energética e melhora na qualidade do ensino.
"Esses são dois fatores que continuam restringindo o crescimento", afirmou Garcia, durante apresentação a jornalistas.
Novos mercados, novos riscos
Para os autores do estudo, essa evolução econômica virá acompanhada de mudanças no perfil médio do consumidor.
A reboque da redução na taxa de crescimento demográfico, de cerca de 1,2% para 0,7% ao ano, cairão as despesas familiares com bens de consumo não-duráveis, como alimentos, fumo e bebidas, além de transportes e combustíveis.
"Por outro lado, crescerão as despesas com habitação, saúde e educação", disse Garcia.
Para Sergio Citeroni, sócio da Ernst & Young, o aumento do mercado consumidor no país trará novas oportunidades para as empresas de bens de consumo, mas também trará consigo riscos estratégicos mais agudos, tais como pressões de preço, ameaças legais e regulatórias e mudanças rápidas nos hábitos de consumo provocadas por inovações tecnológicas.
"Os maiores riscos para as empresas estão relacionados à própria indústria do que a fatores macroeconômicos", afirmou Citeroni.
Fonte:
Uol Economia
Reuters
Aluísio Alves
Edição de Renato Andrade