PIB só avança 3,5% este ano, prevê o Ipea
09/01/2009
Rio, 9 de Março de 2005 – Juros deterão crescimento, antes estimado em 3,8%. A expectativa de que os juros básicos atinjam um patamar ainda mais elevado levou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a refazer para menos a sua estimativa de crescimento para este ano – de 3,8% em dezembro para 3,5% agora. Pesquisadores da instituição prevêem uma elevação da taxa Selic de uma média de 16,3% em 2004 para 18,3%, também em média, neste ano, deprimindo a demanda interna. Supostamente, de acordo com o Ipea, pela primeira vez em quatro anos o setor externo poderá frear a expansão do PIB – a desaleceração nas exportações, se ocorrer, será responsável por um impacto negativo de 0,7 ponto percentual no crescimento em 2005. A combinação do resultado obtido no exterior com uma expansão de 4,2 pontos percentuais na demanda interna resultará em avanço do PIB de apenas 3,5%.
O diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, Paulo Levy, avalia que a persistência dos índices de preços em níveis elevados levará o Banco Central a determinar novo aumento da Selic agora em março. “A partir deste mês, os juros deverão estacionar em patamar elevado, na casa de 19%, para, em meados do ano, começarem a cair, chegando à casa dos 17% em dezembro”, afirmou o economista.
O Boletim Conjuntural do Ipea, relativo ao primeiro trimestre de 2005, mostra que em dezembro a Selic poderá estar em 17,4% ao ano (12,2% em termos reais). Levy espera que a inflação comece a ceder no segundo trimestre como reflexo da desaceleração de preços da indústria. “O ritmo de crescimento de preços tende a se acomodar em função da taxa de câmbio.”
Neste ano, diz ele, os juros reais não vão mais ajudar na redução do endividamento. “Se a intenção do governo é continuar reduzindo a relação dívida/PIB, a saída é elevar o superávit primário.”
Gazeta Mercantil
Sabrina Lorenzi
9/3/2005