PIB cresce 5,3%; persistem receios quanto à retomada
09/01/2009
Rio, 1 de Dezembro de 2004 – Taxas de juros e de câmbio serão decisivas em 2005. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,3% nos nove primeiros meses do ano, o melhor resultado dos últimos dez anos, ou desde 1995 quando a expansão foi de 6,4%. No terceiro trimestre, o crescimento foi de 1% em relação ao segundo, inferior ao de 1,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Ainda assim, a previsão de empresários e economistas é que o desempenho da economia em 2004 será um dos melhores dos últimos anos.
Do ponto de vista contábil, a desaceleração do crescimento em relação ao trimestre anterior não preocupa. Como observa o gerente de Contas Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto, isso ocorre porque a base de comparação tem sido cada vez mais alta. Em conseqüência, os resultados tendem a ser progressivamente menos elevados. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a economia cresceu 6,1%, a taxa mais elevada desde o terceiro trimestre de 1996, período em que a alta foi de 6,3%.
À parte essa questão, uma avaliação feita pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) aponta duas ameaças à continuidade do crescimento: a valorização do real e a elevação das taxas de juros, “fatores capazes de abalar dois dos pilares do crescimento do setor líder da economia, a indústria”, afirma o estudo. A apreciação do real, porque é capaz de deprimir as vendas externas de produtos manufaturados; e a elevação da taxa de juros, porque pode levar à queda da demanda de crédito e deprimir a demanda de bens duráveis.
O desempenho industrial no 3 trimestre destaca-se como componente da demanda. O setor cresceu 2,8% em relação ao 2 trimestre, e 7% em confronto com o mesmo trimestre de 2003, sob o estímulo da exportação de manufaturados.
Gazeta Mercantil
1/12/2004