Petróleo e salários pressionam inflação na Zona Euro
09/01/2009
Os riscos de uma subida generalizada da inflação deverão permanecer “no que resta de 2006” e em 2007, devido à subida dos preços do petróleo e à eventual escalada dos salários, acima do previsto, alertou ontem Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE).
Trichet, no que foi interpretado pelos analistas como mais uma confirmação de uma nova subida dos juros a breve prazo, prometeu uma “actuação firme” do BCE para “impedir espirais nos preços e salários”, reafirmando que as taxas de juro, apesar dos recentes agravamentos, “permanecem acomodatícias” e “em níveis historicamente baixos, num ambiente de excesso de liquidez”. As taxas de juro de cedência à banca, actualmente nos 2,75%, deverão aumentar mais 25 pontos- -base e terminar o ano em 3,25%, de acordo com os analistas.
Uma aceleração da massa monetária – a quantidade de dinheiro em circulação nas economias -, bem como do crédito, “num ambiente de ampla liquidez, aumenta os risco de inflação”, sublinhou o responsável pela política monetária europeia. “A estabilidade dos preços”, afirmou, “é o melhor contributo” para promover o “crescimento sustentado das economias e do emprego”. Os últimos indicadores indicavam um aumento de 7% na massa monetária, bem acima dos 3,5% a 4% desejados.
O crescimento do crédito na área do euro está próximo dos dois dígitos, principalmente devido à “bolha” do imobiliário e ao crédito ao consumo, pressionando os preços em alta. Sob vigilância do BCE está a evolução do crédito imobiliário, com Trichet a admitir que a inflação no sector esteve também na base das “três últimas decisões de aumentar as taxas de juro”.
Nos primeiros três meses do ano, a economia na Zona do Euro cresceu 0,6%. No segundo trimestre, o PIB deverá aumentar em torno do seu potencial, na vizinhança dos 2% anualizados, de acordo com as expectativas dos economistas. O consumo privado – com destaque na Alemanha – está a acelerar, com as exportações a beneficiarem da retoma da economia mundial.
Fonte:
Diario de Noticias