Petróleo cai a US$ 40, menor preço em mais de 4 anos

18/12/2008

Os preços do petróleo caíram para abaixo de US$ 40 por barril, antes de fecharem no nível mais baixo dos últimos quatro anos e meio, mesmo depois da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ter confirmado um corte na produção pela terceira vez desde setembro.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), os contratos futuros de petróleo com entrega do produto em janeiro caíram US$ 3,54, ou 8,12%, para US$ 40,06 por barril – o menor nível desde 13 de julho de 2004. Incluindo as transações do sistema eletrônico Globex, a mínima foi de US$ 39,89 e a máxima de US$ 45,50. Na ICE Futures, em Londres, os contratos de petróleo Brent para fevereiro cederam US$ 1,12, para US$ 45,53 por barril. A mínima foi de US$ 45,30 e a máxima de US$ 48,91.

Os preços do petróleo estão agora mais de 70% abaixo do recorde de US$ 147,24 por barril atingido em julho deste ano, ignorando os esforços para interromper a queda à medida que a recessão se torna cada vez mais forte nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo.

Após a reunião em Orã, na Argélia, a Opep anunciou que vai cortar um volume recorde de 2,2 milhões de barris diários a partir de 1º de janeiro, quebrando o recorde anterior de corte, feito em março de 1999. Apesar disso, a redução ficou em linha com as expectativas do mercado e a recuperação inicial dos preços diminuiu rápida e fortemente.

"Temos falado tanto sobre isso nas últimas semanas que esse é o caso comum de 'compra no rumor e venda no fato'", afirmou Mike Fitzpatrick, corretor da MF Global em Nova York. "Todo mundo estava esperando um corte de 2 milhões de barris diários ou mais e esse foi o número anunciado."

Apesar de os cortes poderem equilibrar o mercado em janeiro, os estoques podem começar a se acumular novamente, à medida que a temporada de baixa demanda, em fevereiro, se aproxima, como observou Lawrence Eagles, diretor para pesquisa de commodities (matérias-primas) do JP Morgan. "Isso significa que os preços vão começar a ser pressionados no fim de janeiro, senão antes".

Pouco antes do anúncio da Opep, o Departamento de Energia dos EUA informou que os estoques americanos de petróleo subiram 525 mil barris na semana terminada em 12 de dezembro, para 321,3 milhões de barris, mais do que cinco vezes o volume esperado pelos analistas.

No entanto, apesar da oscilação do petróleo a cada nova notícia, os preços permaneceram entre US$ 40 e US$ 50 por barril durante todo o mês, segundo Fitzpatrick. "Parece que o mercado está começando a enxergar um piso", afirmou. "Não importa se o piso é de US$ 36 ou US$ 38 ou US$ 40. O processo começou". As informações são da Dow Jones.

Fonte:
Exame