Petrobras investirá US$ 2 bilhões no gás venezuelano
09/01/2009
“A PDVSA nos convidou e tomamos a decisão. Até o final do ano pensamos em assinar o contrato”, disse o diretor da área internacional da Petrobras, Néstor Cerveró.
O chamado projeto “Mariscal Sucre”, no qual a Petrobras espera participar com 35%, está “em fase de configuração técnica”.
“Está sendo criada uma empresa na qual a PDVSA teria 65% da participação e nós 35%”, declarou Cerveró.
O projeto de extração e liquidificação de gás inclui a construção de usinas modulares para ir aumentando gradualmente a produção.
Está previsto que o complexo entre em operação em 2011 com uma produção inicial de 20 milhões de metros cúbicos por dia de Gás Natural Liquidificado (GNL), afirmou o diretor da empresa brasileira.
O executivo apresentou hoje em entrevista coletiva os detalhes dos investimentos da Petrobras no exterior, dentro de seu plano estratégico que contempla gastos de até US$ 87,100 bilhões entre 2007 e 2011.
Os investimentos previstos no Mariscal Sucre não estão ainda contabilizadas neste plano, esclareceu Cerveró.
A Petrobras investirá US$ 12,100 bilhões no exterior no próximo qüinqüênio, com um aumento de US$ 4,400 bilhões em relação ao atribuído ao plano entre 2006 e 2010, explicou o diretor-executivo da área internacional da empresa, Claudio Castejón.
No negócio do GNL, um dos combustíveis estratégicos para a Petrobras, “o trabalho mais avançado é com a Venezuela para a sociedade no Mariscal Sucre”, que tem como objeto produzir gás em águas profundas e a construção de usinas de liquefação, explicou Cerveró.
“Também estamos examinando outros projetos em fase mais incipiente” com a Venezuela, afirmou.
A Petrobras construirá no Brasil usinas de GLN para importar até 20 milhões de metros cúbicos por dia em 2011, com o que atenderá parte da demanda interna de gás, que será de 71 milhões de metros cúbicos por dia.
O resto será garantido com produção interna e com a importação de 30 milhões de metros cúbicos procedentes da Bolívia, de acordo com o plano corporativo da Petrobras.
Cerveró admitiu que a Venezuela pode ser uma futura fonte de fornecimento de GNL para o Brasil, mas recordou que o Mariscal Sucre também prevê a exportação para outros mercados e o atendimento do consumo interno venezuelano.
Também não está claro ainda qual quantidade do gás produzido iria para a Petrobras.
O Mariscal Sucre é um velho projeto venezuelano, que há 15 anos atrás foi lançado com o nome de Cristóvão Colombo. A PDVSA tentou se associar com outras empresas, mas por diferentes razões o projeto nunca vingou.
O Brasil e a Venezuela, através da Petrobras e da PDVSA, discutem ou desenvolvem uma carteira de projetos em petróleo e gás que compreendem possíveis associações em várias fases do negócio.
Fonte:
IG Economia