Petrobras inicia testes com biodiesel B5

09/01/2009

Companhia trabalha para comercializar diesel com 5% de biodiesel já em 2008, antes da lei que estipula esse percentual para 2013

Em cerimônia realizada hoje (9), no Farol da Barra, na Bahia, a Petrobras deu início aos testes com Biodiesel B5, óleo diesel convencional com 5% de biodiesel em sua composição. Com esta iniciativa a companhia planeja comercializar esse combustível em 2008, antecipando-se a lei que estipula a obrigatoriedade deste percentual para 2013.

Em conjunto com o governo da Bahia, Ford, Universidade Salvador (Unifacs) e demais parceiros – Siemens VDO, MWM International, TI Automotive, Mahle e Michelin – , o projeto prevê que seis veículos Ford Ranger rodem 100.000 km no período de nove meses pelo estado da Bahia.

Serão utilizados dois tipos de biodiesel provenientes de diferentes oleaginosas, um a partir da semente de mamona e o outro a partir da soja.

Dois veículos testarão o biodiesel produzido a partir da mamona, dois utilizarão biodiesel de soja e outros dois óleo diesel comum. Com isso, ao final dos testes, será avaliado o desempenho, além da emissão de poluentes e do desgaste de cada um destes motores em comparação aos com diesel convencional.

A qualidade dos combustíveis utilizados será monitorada ao longo dos testes por meio de ensaios laboratoriais e com o auxílio de um equipamento portátil, cujo banco de dados para o biodiesel foi desenvolvido pelo CENPES. Com este aparelho é possível medir o percentual de biodiesel presente na mistura e, assim, assegurar a qualidade dos produtos testados. Trata-se do primeiro equipamento deste tipo utilizado no Brasil com esta finalidade.

Atualmente, a Petrobras comercializa, em 4 mil postos de sua rede, o Biodiesel B2, óleo diesel com 2% de biodiesel. Este percentual será obrigatório a partir de 2008, com uma demanda anual prevista de 800 milhões de litros de biodiesel. Nesse mesmo ano a companhia pretende lançar o B5, antecipando-se, mais uma vez, a lei que estipula este percentual para 2013.

O mercado potencial para atender a demanda de B5, em 2013, será de
aproximadamente 2 bilhões de litros de biodiesel no país.

Em linha com seu Plano de Negócios 2007-2011, que conta com investimentos de US$ 700 milhões em energias renováveis, essa iniciativa da
Petrobras ajudará a diminuir a dependência do diesel importado, contribuindo para a criação de novas tecnologias usadas nos testes, além de incentivar a geração de emprego e renda para o agronegócio.

Tecnologia Petrobras na produção de biodiesel

Em maio de 2006 a Petrobras inaugurou duas unidades experimentais de produção de biodiesel, em Guamaré, no Rio Grande do Norte.
A diferença entre as duas unidades está na tecnologia e na capacidade de produção de biodiesel. Uma utiliza tecnologia convencional e fabrica biodiesel a partir de óleos vegetais. Esta unidade pode produzir diariamente até 600 litros de biodiesel e será ampliada, em breve, para 20 mil litros/dia. A outra, com tecnologia desenvolvida pela Petrobras, produz biodiesel diretamente dos grãos das oleaginosas e utiliza etanol como reagente. Esta já pode atingir a produção de 5.000 litros de biodiesel por dia.

Nas duas unidades, a Petrobras prioriza o desenvolvimento da tecnologia nacional para a produção de biodiesel a partir de óleo de mamona
puro ou em mistura com outros óleos. Ambos os processos geram como subproduto, a glicerina, que possui muitas aplicações industriais.

Até o momento, estão sendo cultivados 3.000 hectares de mamona e 10.000 hectares de girassol. A produção de oleaginosas para essas duas unidades gera emprego e renda para, aproximadamente, 2.500 famílias de agricultores.

Usinas de Produção Industrial de Biodiesel da Petrobras

A Petrobras também desenvolve seus três primeiros projetos de produção industrial de biodiesel em Candeias (BA), Montes Claros (MG) e
Quixadá (CE). As unidades têm como objetivo atender a demanda da Petrobras Distribuidora (BR) no nordeste.

O biodiesel será produzido a partir de vários óleos vegetais e gordura animal. Cada usina terá capacidade para produzir até 57 milhões de litros anualmente. O investimento total nas três unidades é de, aproximadamente, R$227 milhões e o início da operação está previsto para o
final de 2007.

O suprimento de matéria-prima para a produção de biodiesel será priorizado pela Petrobras a partir da agricultura familiar, pelo menos na quantidade necessária para a obtenção do Selo Combustível Social. O Selo, concedido pelo Governo Federal, garante ao produtor de biodiesel direito a benefícios de políticas públicas específicas, voltadas para estimular a inclusão social de agricultores familiares na cadeia produtiva de biodiesel.

Dessa forma a Petrobras contribuirá para o fortalecimento dos agricultores e suas cooperativas, estimulando o aumento da produtividade de
mamona, algodão, dendê e, futuramente, outras oleaginosas como o girassol, o amendoim e o pinhão manso. Para tanto, já iniciamos as negociações com organizações locais e nacionais representativas da agricultura familiar.
Cerca de 70 mil famílias de agricultores poderão ter emprego e renda por meio destas três unidades.

A Petrobras ainda analisa diversos projetos em outras regiões do Brasil para garantir que, em 2011, a empresa esteja produzindo 855 milhões de litros de biodiesel por ano. Os projetos em análise serão realizados em parceria com diferentes investidores, desde grandes grupos econômicos a cooperativas de trabalhadores rurais.

Fonte:
bemparaná