Petrobras e Suez investirão US$ 1,3 bilhão em petroquímica no Peru

09/01/2009

A petrolífera brasileira Petrobras e a belga Suez Energy investirão US$ 1,3 bilhão na construção de uma fábrica de produção de adubos e um gasoduto no sul do Peru, de acordo com convênios assinados hoje no palácio de Governo.

O presidente do Peru, Alan García, disse no ato oficial que se trata de “um fato fundamental no desenvolvimento industrial e no crescimento do país”.

A estatal peruana PetroPerú assinou hoje um memorando de entendimento com a Petrobras e a Suez Energy para o desenvolvimento do projeto Camisea III, como se denomina o desenvolvimento de um pólo petroquímico no sul do país, e um segundo documento para a construção da fábrica de adubos.

O chefe de Estado explicou que a criação de um pólo petroquímico no Peru fará com que a transformação dos recursos sirva diretamente à agricultura e à indústria e se volte para a exportação.

García lembrou que o país tem oito milhões de hectares de terras desflorestados e que estas podem servir para dar impulso à indústria madeireira com sua reflorestação.

Um dos produtos da indústria petroquímica, as resinas uréicas, permite a elaboração de aglomerados de madeira para a indústria de móveis.

A fábrica de adubos, basicamente uréia e amoníaco, será alimentada pelo gás natural da jazida de Camisea, localizada na região de Cuzco, através de um novo duto.

A Petrobras ficará responsável pela construção da fábrica de adubos, com um investimento de US$ 800 milhões a partir de 2008, enquanto a Suez Energy fará um gasoduto de Camisea até o novo centro de produção, no valor de US$ 500 milhões.

A média de produção do complexo petroquímico será de um milhão de toneladas por ano em 2010, quando for concluída a construção.

Alan García disse que um dos portos no sul do país, o Matarani ou o Ilo, será escolhido, após alguns estudos, para se transformar no novo pólo petroquímico.

O presidente convidou os investidores estrangeiros a pesquisarem novos campos no país argumentando que o custo de instalação de indústrias é menor no Peru que em outros países.

García anunciou que, até o fim do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) chegará a US$ 100 bilhões, o que significa que “o Peru sobe um degrau em nível mundial” graças a seu crescimento sustentado e à confiança que inspira no investidor estrangeiro.

O gerente-geral da Petrobras no Peru, Pedro Grijalba, disse que a contribuição da gigante energética brasileira é “dar valor agregado ao gás” que se explora no Peru, após uma série de acordos de cooperação assinados pelos Governos dos dois países em setembro.

Já o gerente-geral de Suez Energy Peru, Patrick Eeckelers, destacou a importância de levar o gás ao sul do país, onde seus estudos indicam que existe uma reserva de 2,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

O presidente peruano confirmou que o setor energético tem US$ 5 bilhões comprometidos para os próximos cinco anos, entre o desenvolvimento da petroquímica e a nova fábrica de liquefação de gás em Pampa Melchorita, ao sul de Lima.

Fonte:
Gazeta Online