Pesquisa diz que 72% das rodovias brasileiras não estão em bom estado
09/01/2009
SÃO PAULO – Pesquisa anual da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) revela que 72% da malha rodoviária brasileira não está em bom estado. Dos 81,944 mil quilômetros de rodovias analisados pela pesquisa em todo o Brasil, 18,2% foram avaliados como “péssimos” e apenas 28% foram considerados “bons” ou “ótimos”.
A pesquisa da CNT leva em conta o estado de conservação da rodovia, analisando a qualidade do pavimento, sinalização e geometria das vias. Após o trabalho de 15 equipes em 32 dias, o estudo mostra que 18,2% da malha brasileira (14.909 km) está em estado “péssimo”, 22% estão em condição “ruim” e 31,8% (26.063 km) foram considerados “deficientes”. Apenas 17% foram considerados “bons” e 11%, “ótimos”.
O estudo revela ainda que quase a totalidade das estradas brasileiras, ou 89,9% dos trechos, é de pista simples e mão dupla e apenas 6,9% das vias é de pista dupla com canteiro central. Há, ainda, 2,2% das rodovias de pista dupla com barreira central, 0,8% de pista dupla com faixa central e 0,2% de pista simples de mão única.
A pesquisa da CNT revela ainda que 60,7% da extensão pesquisada (49.715 Km) apresenta sinalização em estado inadequado, 39,6% não possuem acostamento (32.474 Km), 10,1% das rodovias analisadas não têm placas (8.304 km) e 40,6% (33.309 km) não têm placas de limite de velocidade.
São Paulo
Todas as dez melhores estradas do Brasil estão em São Paulo. No Estado, dos 55 trechos analisados, nove são considerados “deficientes” e apenas um é avaliado como “ruim”. A melhor estrada do Brasil, de acordo com o estudo, é a ligação entre as cidades paulistas de Limeira e São José do Rio Preto.
O levantamento, realizado em 32 dias, avalia a rodovia de 305 quilômetros entre Limeira e Rio Preto como “ótima” nos quesitos pavimento, sinalização e geometria. Em segundo, aparece a ligação entre a capital paulista e as cidades de Itaí e Espírito Santo do Turvo, no interior do Estado, e, em terceiro, o trecho entre São Paulo e Limeira.
Entre as demais rodovias do Estado, apenas dez foram consideradas em estado não adequado. Entre elas, nove são “deficientes” e uma é “ruim”. A estrada ruim fica no trecho paulista (326 km) da BR-153, ligação federal entre Brasília e Curitiba. Até mesmo a parte paulista da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre as capitais paulista e paranaense, é avaliada como “boa.”. A estrada é constantemente classificada de “rodovia da morte”.
Na ponta contrária, a pior estrada do país é a ligação entre Belém, no Pará, e Guaraí, no interior do Tocantins. O trecho recebeu, de 0 a 100, 40,3 pontos. Completam a lista dos piores trechos do Brasil a rodovia entre Teresina (PI) e Barreiras (BA), com 42 pontos, e Salvador e Paulo Afonso (BA), com 43,7 pontos. Para efeito de comparação, a melhor rodovia do Brasil recebeu nota 98,4.
Fonte:
Valor Economico
22/9/2005