Peso dos bancos no PIB sobe de 6,6% para 8,1%
09/01/2009
O peso das instituições financeiras no PIB passou de 6,6% para 8,1%. Para se ter idéia do salto, um ponto porcentual do valor adicionado ao PIB equivale a R$ 17,3 bilhões. O peso da agropecuária ficou em 8,4%. Já a construção civil ficou nos R$ 126,6 bilhões de renda, equivalente a 7,3% do PIB, e o comércio, nos R$ 130,8 bilhões, 7,6% do total.
Os dados são de levantamento feito pelo IBGE a pedido do Estado, com base em informações do PIB desde 1995. Antes disso, a comparação fica prejudicada por conta da inflação elevada dos anos anteriores.
Eles mostram que o peso relativo das instituições financeiras em 2005 foi o maior no período e ficou próximo dos 8% registrados há 11 anos. Em 2000, a fatia dos bancos chegou a 5,4%, abaixo do comércio, da construção civil e da agropecuária.
A gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, comentou que a atividade que “puxou para cima” os resultados do setor financeiro foram as operações de crédito. Segundo ela, as atividades de crédito cresceram e os custos não aumentaram na mesma proporção, o que favoreceu o crescimento da renda do setor. O segmento das instituições financeiras inclui, além dos bancos, outras atividades, de menor porte relativo, como de seguradoras.
O presidente da Economática, Fernando Exel, contou que o desempenho dos bancos foi mais forte no ano passado basicamente por causa do aumento do crédito. “Não só aumentou a massa de crédito, como o crescimento foi mais concentrado nas pessoas físicas, em que os juros são maiores”, afirmou. Exel comentou, ainda, que o número de transações financeiras cresceu, o que aumenta a receita com serviços, e cita os ganhos com a administração de fundos, atividade que cresce.
Lucros Recordes
Estudo recente da Economática mostra que os lucros dos bancos voltaram a bater recorde em 2005. O resultado líquido dos cinco maiores – Banespa, Itaú, Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco – somou R$ 18,4 bilhões, 35% acima dos R$ 13,646 bilhões (valor atualizado até dezembro de 2005).
Parte dos ganhos dos bancos decorre da aplicação em títulos públicos. Uma parcela destes títulos é vinculada à taxa Selic, que tem estado alta nos últimos anos, explica o professor do Ibmec/RJ Fábio dos Santos Fonseca. Ele concorda que o crédito aumentou na economia, mas explica que os juros tiveram papel importante.
Fonte:
Agencia Estado