Pequenas empresas crescem, mas há sinais de estagnação

09/01/2009

Indústria, setor que mais sofre com os juros altos, apresenta resultados negativos

O primeiro semestre foi relativamente bom para as pequenas empresas, na comparação com o mesmo período do ano passado: o faturamento real cresceu 3,1%, o índice que mede pessoal ocupado variou positivamente em 3,3% e os gastos totais com salários cresceram 3,8%. Em números absolutos, o faturamento acumulado do primeiro semestre deste ano foi de R$ 113,6 bilhões, R$ 3,4 bilhões superior ao verificado no primeiro semestre de 2004.

Na comparação com o mês de maio, o faturamento real no mês de junho apresentou crescimento de 4,9%. Contribuíram para esse resultado a recuperação da massa salarial, em expansão desde meados de 2004, segundo o IBGE, o efeito ainda positivo das vendas do Dia das mães e o Dia dos Namorados, além de um dia útil a mais no mês de junho. Mas se o faturamento cresceu, o mesmo não ocorreu com os salários (variação negativa de 1,4%) e com o pessoal ocupado (queda de 0,6%,), o que significa menos 35 mil vagas em junho, embora o saldo de doze meses seja positivo, com a abertura de 233 mil vagas novas, um crescimento de 4,1% comparado ao período anterior.

Estes são os principais dados dos Indicadores Sebrae-SP – Pesquisa de Conjuntura, estudo da entidade que mede mensalmente os índices de faturamento real, pessoal ocupado e gastos com salários. A pesquisa, realizada com a colaboração da Fundação Seade, utiliza uma amostra de 2,7 mil MPEs, representativa do universo de 1,3 milhão de MPEs da indústria de transformação, comércio e serviços de todo Estado de São Paulo.

No entanto, apesar do desempenho positivo, já há sinais de desacelaração no ritmo do crescimento dos pequenos negócios. A indústria, primeira a se recuperar da queda no faturamento de anos anteriores também foi a primeira a diminuir o ritmo. Fechou o semestre com o faturamento real 2,4% menor em relação ao ano passado. O número de pessoas ocupadas ficou estável (+0,4%) e o gasto com a folha de salários apresentou pequeno aumento real (2,9%).

“Entre as micro e pequenas empresas, o setor industrial é o que mais sente os reflexos das taxas de juros altas porque vende bens de maior valor unitário e depende mais do crédito para a produção”, afirma Marco Aurélio Bedê, gerente de Pesquisas Econômicas do Sebrae-SP.

Os setores de comércio e serviços, dependentes do mercado interno, ainda se beneficiaram no semestre da recuperação da massa salarial da economia e pela maior disponibilidade de crédito para o consumo no mercado. Na comparação dos seis primeiros meses de 2005 com período igual de 2004, o faturamento apresentou saldo positivo de 5,3% no comércio e 3,6% nas empresas de serviços. O resultado do setor de serviços foi puxado pelos prestados ao consumidor como restaurantes, bares, lanchonetes, hotéis, lavanderias e cabeleireiros, atividades que dependem muito da renda circulando.

Na comparação de junho/2005 com maio/2005 a indústria ainda mantém desempenho positivo de 2,5%, o faturamento do comércio cresceu 3,1% e do setor de serviços, 10,2%. O índice que mede Pessoal Ocupado teve variação negativa em todos os setores no mês: -0,3% na indústria; – 0,2% em serviços, e -1% no comércio, provável reflexo de um ajuste no quadro de pessoal, após vários meses de expansão.

Regiões – Por regiões, o destaque do semestre é o interior, com crescimento do faturamento real em 5,1% na comparação com o ano anterior. Na seqüência, o município de São Paulo registrou alta de 2,3%; a região metropolitana de 1,7% e o Grande ABC queda de 1,6% no faturamento real.

Já no índice que mede Pessoal Ocupado, a capital toma dianteira com variação positiva de 4%, seguida pelo interior (3,6%) e pela região metropolitana (2,9%). O Grande ABC mantém a queda, com -2,1%.

No Estado de São Paulo as 1,3 milhão de micro e pequenas empresas respondem por 99% das empresas, 67% das ocupações do setor privado e 28% da receita bruta total do setor formal da economia.

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