PCC ataca ônibus e agências bancárias em SP
09/01/2009
A terceira noite da onda de violência provocada por criminosos em São Paulo foi marcada por ataques a bancos e ônibus na Grande São Paulo. Pelo menos oito agências foram atacadas. Em outra frente de atuação, os criminosos incendiaram pelo menos 66 ônibus urbanos.
Pelo menos 13 presos foram mortos em rebeliões que ocorrem em 46 presídios de todo o Estado de São Paulo, na maior onda de violência do País provocada pelo crime organizado. Desde sexta-feira, 61 pessoas morreram em ataques a bases policiais. Com as mortes dos presos, o número total de vítimas fatais chega a 74. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 44 pessoas ficaram feridas.
Ataques
Mais um ônibus foi incendiado na manhã desta segunda-feira na zona Sul de São Paulo, na Avenida Interlagos. O carro do Corpo de Bombeiros que foi tentar apagar o fogo também acabou atacado. O trânsito ficou interditado na via.
Nesta manhã um empresa de ônibus da zona Sul da capital paulista também foi atacada. Os criminosos jogaram garrafas com foto pelo muro da companhia. Segundo o Bom Dia São Paulo, as garrafas quase atingiram o tanque de óleo diesel da empresa, mas nenhum ônibus foi incendiado porque os funcionários conseguiram apagar o princípio de fogo.
Pelo menos quatro agências foram incendiadas com o uso de coquetéis molotov, na zona sul da capital paulista. Houve princípio de incêndio em todas as agências atingidas, mas os bombeiros conseguiram controlar rapidamente o fogo.
A casa de um capitão da Polícia Militar, na zona leste de São Paulo, também foi atingida nesta madrugada por vários tiros e também por um coquetel molotov. Ninguém ficou ferido.
Duas bases da Polícia Militar na cidade de Guarujá, litoral sul de São Paulo, foram incendiadas entre o final da noite de ontem e esta madrugada, uma no bairro da Enseada e a outra na região da periferia da cidade. Segundo a polícia, ninguém ficou ferido.
Trânsito
Cerca de 2 mil ônibus estão fora de circulação na capital paulista. Além de seis empresas da zona sul de São Paulo, parou também a Viação Tambaíba, que atua na zona norte da cidade. A SPTrans informou que não será acionada a Operação Paese, pela qual ônibus de outras viações operam para cobrir as linhas de empresas paradas.
No início da tarde de domingo, tiveram início os ataques a ônibus. Pelo menos 66 veículos foram incendiados. Criminosos armados invadiram a estação Artur Alvim do metrô e metralharam a bilheteria por volta da meia-noite. Ninguém ficou ferido.
Quatro empresas de ônibus, que operam na zona sul da capital paulista, não estão operando nesta manhã devido à falta de segurança. As quatro linhas do metrô estão funcionando normalmente.
A forma de atuação nos ataques é praticamente a mesma. Os bandidos chegam em carros, fazendo com que o ônibus pare. Em seguida, mandam todos descer e, quando o veículo está vazio, ateiam fogo.
Tropas de elite
Na noite deste domingo, o delegado Godofredo Bittencourt, chefe do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado, disse que as tropas de elite da polícia paulista estão prontas para ir às ruas. A Rota e a Tropa de Choque já estão a postos para iniciar as ações. Bittencourt garantiu que a situação será resolvida. “O PCC tem preparo, entende de guerrilha, mas vai quebrar a perna”, disse ele.
O coronel da Polícia Militar de São Paulo Eliseu Eclair Teixeira Borges garantiu que a crise de violência no Estado estará resolvida até a segunda-feira. Ele disse acreditar que a polícia está virando o jogo. Segundo ele, os policiais não são covardes e estão enfrentando a situação.
Fonte:
Terra