Paraná é o maior produtor de grãos do Brasil

09/01/2009

O Paraná deverá colher 24,9 milhões de toneladas de grãos, 11,16% mais que a safra anterior, mas com produção 15% inferior ao potencial da atual safra. A estimativa inicial apontava uma colheita de 29,3 milhões de toneladas de grãos, e as perdas financeiras devem chegar a R$ 1,57 bilhão.

O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, lembrou que mesmo com a redução de 4,4 milhões de toneladas, o Estado continua sendo o maior produtor nacional de grãos. “Se compararmos a produção atualmente estimada com a verificada na safra 2004/05, quando colhemos 22,4 milhões de toneladas, verificamos que devemos ter uma safra 11,16 maior que a anterior”, comentou.

O levantamento, com dados pesquisados até o dia 20 de março, foi realizado por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, que divulgaram nesta terça-feira (28) em Curitiba o atual balanço da safra 2005/06 no Paraná.

Soja – A pesquisa do Deral indica que o Paraná deverá colher 9,29 milhões de toneladas de soja da safra normal. A pesquisa confirma que a cultura foi prejudicada pela falta de chuva principalmente nas regiões sudeste, oeste e noroeste do Estado.

Até o dia 20 de março, 54,3 % da área com a cultura tinha sido colhida. Os técnicos afirmam que 2,46 milhões de toneladas ficaram comprometidas com a estiagem. Atualmente, a produtividade média esperada é de 2.394 quilos por hectare. Ou seja, 3,9% superior à obtida no ano passado. A Divisão de Estatística Básica do Deral calcula que as perdas financeiras com a soja chegam a R$ 956,3 milhões.

Milho – Segundo o novo cálculo do Deral, o Estado deverá produzir 7,60 milhões de toneladas de milho da safra normal. O levantamento aponta que a redução na produção de milho diminuiu de 2,07 milhões de toneladas, projetada em fevereiro, para os atuais 1,79 milhão de toneladas. É o que indicam a estabilidade climática e o avanço da colheita. Até o dia 20 de março, 52,3% da área com a cultura já tinha sido colhida.

O chefe do Setor de Previsão de Safras do Deral, Dirlei Antônio Manfio, informou que as atuais condições das lavouras de milho estão melhores do que as verificadas em fevereiro. “Com exceção das lavouras da região sudeste do Estado. Porém, nas regiões de Cornélio Procópio e de Maringá, onde a colheita já foi realizada em 80% da área, a produtividade obtida é 3% e 9% respectivamente. Ou seja, essas produtividades são superiores a estimada inicialmente”, comentou.

A produtividade média esperada no Estado é de 5.122 quilos por hectare. Isto significa 36 quilos a mais por hectare do que o obtido na safra anterior. Já as perdas financeiras somam R$ 320,77 milhões.

Feijão – O Paraná também colheu 420 mil toneladas de feijão das águas. Inicialmente, estava prevista uma produção de 537 mil toneladas. Devido às adversidades climáticas, as perdas na produção chegaram a 21,8% e foram verificadas principalmente nas regiões de Curitiba, Guarapuava, Irati e Ponta Grossa.

Na região de Cascavel, foi registrada uma produtividade de 1.606 quilos por hectare: a melhor desta safra. Já a produtividade média no Estado foi de 1.196 quilos por hectare. O feijão, que deixou de ser colhido, representou uma perda financeira de R$ 137,15 milhões.

Algodão – Quanto ao algodão, o Paraná deverá colher 31.414 toneladas, ou seja, 60,1% a menos do que foi produzido em 2005, quando foram colhidas 78.722 toneladas do produto em caroço. A quebra na produção de algodão compromete 16,6% da produção estadual.

Segundo os técnicos do Deral, a redução só não foi maior porque na região de Campo Mourão, considerada a maior produtora do Estado, não foram registradas perdas na produtividade. Na região de Jacarezinho, a quebra na produção foi de 43,9%.

Arroz – O balanço do Deral ainda indica que o Paraná deverá colher 71.169 toneladas de arroz de sequeiro, ou seja, 10.809 toneladas a menos do que o inicialmente previsto. Já a produtividade média nesta safra deve ficar próxima de 1.720 quilos por hectare. No Estado, o produto foi cultivado em 42.495 hectares.

Fonte:
Tribuna do Interior