Para Soros, finança global deve ser refeita e incluir o real brasileiro

26/10/2009

O megainvestidor húngaro-americano George Soros diz que o pior da crise global já passou, mas os Estados Unidos vão demorar para se recuperar, o que atrasa o resto do mundo. 

Segundo ele, este é o momento para se fazer uma reforma do sistema monetário internacional, reduzinhdo a dependência do dólar e incluindo outras moedas, como  o real, do Brasil. "O sistema quebrado e precisa ser reconstruído. Não temos condições de seguir com esses desequilíbrios crônicos e crescentes nas finanças internacionais. Acho que o real, do Brasil, também deveria ser parte do sistema", diz o investidor, de 79 anos, que deu entrevista para o jornal britânico "Financial Times", reproduzida pela Folha de S.Paulo.

Para ele, o mundo está se reaquecendo lentamente. "Há uma retomada, mas acho que o mundo vai demorar bastante para absorver o que aconteceu nessa crise, e a principal fonte de problemas está nos EUA. É lá que os consumidores gastaram mais do que ganharam por 25 anos, e o consumo corresponde a mais de 70% da economia do país, mas agora isso terá de mudar, mas levará tempo."

Soros propõe que a dependência do dólar seja abandonada. "É necessário um novo sistema de moedas, e os direitos especiais de saque [do FMI, calculado com base na cotação, em dólar, de uma cesta de quatro divisas: o dólar, o euro, o iene e a libra esterlina] de fato fornecem as linhas gerais de um sistema." Segundo ele, "o real, do Brasil, também deveria ser parte do sistema. Acho que a gama de moedas da cesta pode e deve ser aumentada."

Fonte:
Uol Notícias