Para Dilma, superávit primário não é intocável e pode cair
09/01/2009
A meta de economizar 4,25% das contas do governo para pagar juros da dívida pública, o chamado superávit primário, não é mais intocável, afirmou a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Roussef. Para ela, a queda das taxas de juros e uma aceleração do crescimento em 2006 poderiam convencer o governo a reduzir o aperto fiscal, informou o jornal O Estado de S. Paulo.
“Você me questionou que, se houver melhora acentuada nas variáveis econômicas, muda o superávit primário? Eu respondo: sim. Mas um cenário bom ocorre a posteriori, não tenho como saber quando vai ocorrer”, disse Dilma ao Estado.
“Em 2006 haverá uma confluência virtuosa que permitirá que tudo seja mais fácil”. Mas a ministra não quis cravar o recuo da meta já para o próximo ano. “Nós temos sempre expectativas otimistas. Agora, eu acredito que, enquanto a situação econômica não se alterar, a meta do Brasil é 4,25%”.
Ainda segundo Dilma, o ajuste no aperto fiscal teria de ser feito com a ajuda do ministro da Fazenda Antonio Palocci. “Não há a menor hipótese de ele ser afastado. Temos clareza que Palocci deu grande contribuição para a economia.” Economia que, segundo Dilma, já mostra recuperação no fim de 2005, depois de ter registrado retração de 1,2% no terceiro trimestre.
Juros e câmbio
A ministra comentou ainda que uma queda nos juros seria fundamental para a redução do superávit primário. “Os juros mais baixos permitem várias coisas, entre elas uma valorização do dólar e, obviamente, também permitem uma política de superávit fiscal menos intenso”, afirmou.
“O superávit é função da taxa de juros. À medida que você tem taxas de juros decrescentes o superávit tenderá a ser menor”, concluiu.
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