País é líder mundial em gasto com aposentadoria, diz Fipe

09/01/2009

O estudo “Simplificando o Brasil”, realizado pela Fundação Institutos de Pesquisas Econômicas (Fipe), sob encomenda da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), aponta o País como campeão mundial de gastos com aposentadoria, com cerca de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) comprometidos anualmente com o pagamento de benefícios pela Previdência Social.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, que teve acesso ao levantamento, a Fipe concluiu que o País gasta mais com cada inativo – repasse médio de R$ 7.930 por ano em 2004 – do que em serviços como educação, saúde, segurança, Justiça e transportes, além dos investimentos em infra-estrutura – para os quais houve média de gasto per capita de R$ 2.197 anuais, em números de 2004.

A Fipe diz também que a desigualdade na distribuição de renda entre aposentados da Previdência está contribuindo para gerar mais desigualdade social no País e para aumentar o déficit do INSS – que hoje está em torno dos R$ 40 bilhões. A alegada desproporcionalidade na distribuição de recursos previdenciários, de acordo com a fundação, faz com que hoje a União pague o mesmo volume de recursos aos benecifiários mais probres (60%) que aos 10% mais ricos.

Divididos os gastos previdenciários por categoria, a diferença fica clara, de acordo com a coordenadora da Fipe, Maria Helena Zockun. Ela afirma que os cerca de 23 milhões de beneficiários do INSS recebem em média R$ 5.660 anuais, enquanto os aproximadamente 3 milhões recebem em média R$ 25,3 mil por ano – cinco vezes mais.

Segundo Maria Clara, o governo brasileiro deveria gastar cerca de 4,5% do PIB com aposentadorias, proporcionalmente à população de idosos do País, que está na casa dos 5%. Maria Helena afirma que, no Brasil, se gasta o mesmo com o benefício que países como Finlândia e Espanha, cuja população idosa gira em torno de 15% e 16%. O México, diz ela, tem proporção de habitantes com 65 anos ou mais semelhante à brasileira, mas está dentro da média mundial, com despesas previdenciárias abaixo de 5% do PIB.

Fonte:
Invertia