Otimismo eleva volume de negócios

09/01/2009

São Paulo, 2 de Abril de 2004 – O mercado doméstico voltou à zona do otimismo, observada no início do ano. Com a crise política que mexeu com os mercados nas últimas semanas colocada de lado, os investidores retornaram aos principais setores financeiros, alavancando o volume de negócios.

No mercado de câmbio, o arrefecimento da preocupação política e o aumento da liquidez internacional fizeram com que empresas e instituições financeiras voltassem a captar, inclusive com redução de spread. Ontem, o Bradesco concluiu captação de € 200 milhões, volume acima do ofertado.

O dólar comercial atravessou o dia em baixa e se manteve abaixo dos R$ 2,90 no fechamento, a R$ 2,894 (queda de 0,07%). Os exportadores, temendo o dólar mais baixo nas próximas sessões, anteciparam a venda de moeda. A reversão de posições realizada por algumas tesourarias também influenciou as cotações. Alguns operadores desconfiam que, se a cotação cair abaixo dos R$ 2,89, em breve o BC volta a comprar moeda no mercado à vista para recompor reservas internacionais.

O momento, segundo comenta-se pelas mesas de operações, é oportuno para uma nova captação soberana. A idéia se propagou ainda mais com a alteração feita pelo governo brasileiro na Cláusula de Ação Coletiva (CAC) dos bônus soberanos. Conforme anunciou a autoridade monetária, foi reduzido de 85% para 75% do principal o montante que os detentores do papel devem ter para que possam alterar cláusulas econômicas, como data de vencimento, taxa de juros e de pagamento.

O fluxo de comércio exterior, que segurou a cotação do dólar nas últimas semanas – mesmo com os ruídos políticos -, não pára de surpreender. Ontem, o Ministério do Desenvolvimento divulgou que a balança comercial brasileira fechou o primeiro trimestre do ano com superávit de US$ 6,1 bilhões. Segundo o último relatório Focus – pesquisa do Banco Central junto a instituições financeiras -, os especialistas esperam saldo positivo de US$ 24 bilhões (na média) para o comércio exterior brasileiro em 2004.

No mercado de renda fixa, as taxas de juros oscilaram pouco, ainda sob efeito do tom conservador do relatório trimestral de inflação. Os especialistas estimam que os investidores só deverão começar suas apostas em relação à política monetária de curto prazo após as primeiras prévias da inflação de abril no atacado. Na BM&F, o contrato de juros de janeiro fechou a 15,15% ao ano, contra 15,18% do ajuste anterior. No cenário externo, o risco-país cedia 19 pontos, para 538. O C-Bond era cotado a US$ 0,980, com alta de 0,32%.

No sistema financeiro, o BC enxugou R$ 33,5 bilhões que estavam sobrando, com a venda de títulos públicos de sua própria carteira, com compromisso de recompra futura dos papéis. A Bovespa fechou em alta de 2,28%, com giro de R$ 1,18 bilhão.

Gazeta Mercantil
(Finanças & Mercados1)(Silvia Araújo/InvestNews)
02/04/2004