Onda de ataques no Rio deixa ao menos 18 mortos

09/01/2009

Uma onda de ataques contra ônibus e alvos policiais que atingiu o Rio de Janeiro na madrugada de hoje deixou ao menos 18 mortos e diversos feridos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, entre os mortos nove são civis, sete são suspeitos de envolvimento nos ataques e dois policiais militares.

Os ataques ocorreram em vários pontos da cidade. Em um dos mais graves, um ônibus da Viação Itapemirim, que fazia o trajeto de Cachoeira de Itapemirim (ES) a São Paulo (SP), foi incendiado quando passava pela Avenida Brasil. Sete corpos carbonizados foram retirados dos destroços do ônibus, segundo peritos no local. Havia 28 passageiros no veículo.

A empresa, no entanto, disse que ainda não haver confirmação oficial de vítimas. “Em função do caos generalizado no local dos fatos, os trabalhos dos bombeiros e dos policiais ainda estão em andamento”, afirmou a empresa em nota divulgada pela manhã.

Na praia de Botafogo, uma cabine da Polícia Militar foi metralhada e uma ambulante que estava perto do local morreu, segundo a polícia. A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que três homens foram presos, após terem sido apontados por testemunhas como suspeitos de um incêndio criminoso.

“(Eles) estão com as mãos queimadas e não apresentaram justificativas para tais ferimentos”, disse a assessoria da PM em nota. Segundo a PM, com suspeitos presos “foram apreendidas uma granada M-9, uma pistola calibre 40 com três munições intactas e uma motocicleta (…) produto de roubo”, disse a PM.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Roberto Precioso, disse que além dos suspeitos presos, outros cinco foram mortos. “O resultado foi trágico. Se não fosse a ação da polícia, poderia ter sido pior”, disse. Ele acrescentou que entre os feridos oito são PMs e 14, civis.

De acordo com o sargento Adolfo, do Departamento de Relações Públicas da PM, a polícia ainda não tinha informações sobre a autoria dos ataques. “A gente ainda não sabe de onde partiu a ordem, estamos levantando os fatos para divulgar a realidade em uma nota com responsabilidade. Tem um monte de boatos por aí. Não se sabe o que faz parte das ocorrências normais e o que faz parte dessa ação”, afirmou o sargento.

Segundo fonte da área de segurança, a ordem para os ataques teria partido do presídio de Bangu. As ações violentas continuaram na manhã de hoje. Uma cabine da PM e três ônibus foram incendiados em Bangu, zona oeste do Rio.

O policiamento foi reforçado na capital fluminense, que se prepara para receber turistas para a famosa festa de revéillon nas areias da praia de Copacabana. Além disso, dez favelas estão sendo ocupadas.

O secretário municipal de Turismo, Rubem Medina, disse que apesar das ações, acredita que os turistas não vão desistir de passar o ano-novo no Rio. “É lamentável que isso ocorra, é triste. Os bandidos devem estar querendo justamente isso, criar pânico, ocultar alguma outra ação”, disse Medina. São esperados 550 mil turistas para a festa, sendo 40% de estrangeiros.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Precioso, afirmou em entrevista à rádio CBN, na manhã de hoje, que a onda de ataques à cidade pode ser atribuída à possível mudança na política da administração penitenciária, por causa da troca de comando no governo do Estado.

Fonte:
clicabrasilia