O mercado já aposta em alta de 0,5 ponto na Selic
09/01/2009
São Paulo, 29 de Outubro de 2004 – Segundo o Copom, o vilão é o preço do petróleo. O aperto na política monetária, que em dois meses elevou a Selic de 16,25% ao ano para 16,75%, deve continuar no curto prazo e pode levar a um novo aumento de 0,50 ponto percentual na taxa em novembro.
Esta é a expectativa que nasceu e cresceu ontem entre profissionais do mercado financeiro, depois de analisarem a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O economista-chefe da Fator Corretora, Vladimir Caramaschi, passou a admitir um aumento maior do que 0,25 ponto percentual. “Se tivesse que fazer uma aposta seria pelos 0,50 em novembro”, disse. Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimento, fez coro. “Se o cenário não se alterar drasticamente e as variáveis se mantiverem as mesmas o aumento deve ser de 0,50.”
A ata do Copom, além de reiterar fatores de riscos já conhecidos e que podem desviar os preços da trajetória de convergência para a meta de inflação de 2005, ajustada para 5,1%, dá destaque especial ao petróleo. O aumento dos preços do produto é tratado como “risco potencial” pelo Copom. “No cenário doméstico, continua indefinida a trajetória de realinhamento dos preços e aumenta a possibilidade de que o impacto desse realinhamento – na medida em que possa ser postergado, mas não evitado – acabe contaminando mais fortemente a inflação de 2005”, afirma a ata.
O documento também demonstra preocupação com as projeções para a inflação de 2005. A previsão feita pelo mercado, antes da reunião do Copom, foi de 5,82%, uma revisão para cima da estimativa anterior (5,7%). A ata vê nisso a permanência de trajetória ascendente das expectativas, mesmo com o aperto da política monetária, da queda do preço de algumas commodities e do comportamento favorável da inflação em setembro.
Gazeta Mercantil
Jiane Carvalho
30/10/2004