Novo salário mínimo injetará R$ 20 bilhões em consumo

09/01/2009

BRASÍLIA – Com o aumento do salário mínimo para R$ 300, a partir de maio, o país pode chegar a ter uma injeção de R$ 20 bilhões em seu consumo interno. O cálculo é do professor de economia da Unicamp, Márcio Pochmann, ex-secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo.

Segundo ele, para cada R$ 1 de elevação no salário mínimo, ocorre um adicional de R$ 500 milhões na economia, em termos de consumo. “Isso impacta diretamente as atividades como calçados, alimentação, transporte e, por decorrência, por serem atividades que são tributadas, isso termina devolvendo aos cofres públicos uma parte do recurso que o governo teve que adicionar com o pagamento de salários”, afirma Pochmann.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Defesa do Contribuinte, Gilberto Luiz do Amaral, os cofres públicos recuperam 40% do capital total injetado na economia, em decorrência da arrecadação de impostos. Para ele, quase todo dinheiro do aumento volta-se para o consumo, onde há tributação. “Quase nada vai para a poupança”, explica.

Para cada real de elevação do salário mínimo, há uma adição de gastos por parte do setor público de R$ 148 milhões. Porém, para Pochmann, há um saldo positivo do ponto de vista da arrecadação, embora não suficiente para repor o adicional de gastos que o próprio governo tem em termos de pagamento de seus funcionários, dos aposentados e pensionistas.

“Mas eu diria, o saldo é positivo para o país como um todo, porque o salário mínimo é um elemento fundamental no enfrentamento da pobreza do país e, mais do que isso, toda vez que há elevação do salário mínimo, aponta-se para uma perspectiva de redução das desigualdades de renda que é extremamente elevada no país”, afirma.

Panorama Brasil
Agencia Brasil
4/1/2005