Novo Nordisk prepara insulina inalável
09/01/2009
A dinamarquesa Novo Nordisk, líder mundial em medicamentos para diabetes, inaugura hoje sua maior fábrica de insulinas na América Latina, a unidade de Montes Claros, no norte de Minas, onde investiu US$ 200 milhões. A inauguração da Novo Nordisk ocorre apenas dois dias depois da Pfizer, maior farmacêutica do mundo, ter lançado no Brasil produto que promete revolucionar esse mercado, a insulina inalável, com a marca Exubera.
A indústria dinamarquesa informou ontem que já está na fase final da pesquisa para também disputar o segmento de insulina inalável, com a marca AERx. De acordo com a indústria, a AERx será a segunda inalável a chegar ao mercado mas será a primeira inalável líquida. A Exubera, da Pfizer, é um pó inalável.
A versão líquida, segundo informações da Novo Nordisk, agride menos o pulmão e não provoca tosse, como a versão em pó, além de permitir dosagens ajustáveis às necessidades do paciente. A previsão da empresa é de que os órgãos regulatórios aprovem o novo produto em 2008.
A indústria não revelou onde vai produzir o AERx. Embora seja considerado um produto revolucionário, que garante conforto maior para o diabético, a insulina inalável não deverá prejudicar as vendas das versões tradicionais, injetáveis, no curto prazo. O custo ainda é elevado. No Brasil, o kit da Pfizer, com inalador, deverá ficar em torno de R$ 470.
Na nova unidade de Montes Claros, a Novo Nordisk terá capacidade instalada para produzir até 200 milhões de refis de 3 milímetros de insulina por ano. Cerca de 95% da produção deverá ser exportada para mercados como Alemanha, Austrália, Inglaterra, Irlanda do Norte, Austrália, Nova Zelândia e Canadá.
Além da construção da fábrica de insulina – ao lado da antiga unidade da Biobrás, indústria brasileira adquirida pelos dinamarqueses em 2002 -, a Novo Nordisk vai investir mais US$ 50 milhões para produzir canetas aplicadoras de insulina. Esta unidade deverá entrar em operação em 2009.
Para a nova operação, a indústria praticamente dobrou o número de funcionários, que subiu de 390 para 735. Somados, os investimentos da Novo Nordisk no norte de Minas estão entre os maiores já feitos por empresas dinamarquesas no Brasil e reflete, segundo diretores, a “satisfação” da matriz com os resultados da subsidiária brasileira.
Em 2006, o grupo dinamarquês registrou um lucro operacional de US$ 1,6 milhão (ou 9,1 milhões de coroas dinamarquesas), resultado 13% superior ao de 2005. As vendas na divisão de Operações Internacionais, da qual o Brasil faz parte, aumentaram 14%. O lucro líquido global no ano passado foi de 6,45 milhões de coroas dinamarquesas.
“As vendas dos nossos produtos-chave, como as modernas insulinas, tiveram bom desempenho em todos os principais mercados”, comentou o presidente mundial, Lars Rebien Sorensen, durante a divulgação dos resultados, no fim de março. “Isso permite que seja investido mais, tanto em pesquisa e desenvolvimento quanto em vendas e propaganda.” O executivo participa hoje, em Montes Claros, da solenidade de inauguração da nova fábrica.
Fonte:
Valor Economico