Montadoras reagem a possível fim de acordo com o México

03/02/2012

O cancelamento do acordo de livre comércio de produtos automotivos com o México gerou forte reação entre o empresariado do setor e do governo mexicano, informou o jornal Valor Econômico nesta sexta-feira. Já entre as autoridades brasileiras, alternativas como a simples revisão do acordo foi uma das medidas propostas. Representantes das montadoras pretendem se reunir com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, nesta sexta-feira.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Sérgio Nobre, o acordo de livre comércio é prejudicial ao País. Já um alto executivo ouvido pela publicação afirmou que se confirmada, a medida afetará as decisões de investimento das empresas na quantidade e na qualidade dos produtos e que o temor de mudanças nas regras poderia levar as companhias a reduzir o interesse no Brasil e dar prioridade ao crescente mercado asiático, informou o jornal.

Entenda
Firmado em 2002, o acordo de livre comércio de produtos automotivos permite importações de automóveis, peças e partes de veículos do México com redução de impostos. Dados preliminares do governo mostram que, nos primeiros anos de vigência do acordo, o Brasil registrou saldo positivo no comércio de automóveis com o México. Mas, nos últimos anos, o saldo tem sido negativo para o Brasil.

Em 2011, o acordo entre Brasil e México provocou um rombo de R$ 1,55 bilhão na balança comercial brasileira apenas com a importação de automóveis de passeio. No ano passado, o Brasil vendeu para o México pouco mais de US$ 512 milhões de carros, mas gastou US$ 2,07 bilhões na compra de automóveis mexicanos. Pelo déficit, o governo do Brasil estuda romper o acordo. Uma das ideias é evitar a imposição de tarifas de importação para as compras mexicanas até 2013.

 

Fonte:
Terra