Montadoras do Mercosul unidas contra as asiáticas
09/01/2009
São Paulo, 10 de Dezembro de 2004 – Teme-se perda de competitividade no mercado externo. Preocupada com o futuro do setor automotivo do Mercosul a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) entregou ontem ao governo um documento que contém a síntese de uma reunião que ocorreu esta semana, em Buenos Aires, com a Adefa (associação que representa os fabricantes de veículos da Argentina).
Segundo a Anfavea, a principal preocupação da indústria automobilística é com a perda da competitividade do setor automotivo do Mercosul em relação a outros produtores, como a China, a Índia, a Malásia e a Coréia.
“Para assegurar o desenvolvimento sustentado da indústria automobilística nos dois países, é preciso ter um crescimento também sustentado do Mercosul para que seja possível atrair novos investimentos”, destacou a entidade.
Em pouco mais de uma década, as montadoras investiram cerca de US$ 25 milhões nos dois países. Com isso, foi possível elevar para 4 milhões de veículos por ano a capacidade de produção automotiva na região, segundo a Anfavea.
A entidade destaca ainda que, somando os Produtos Industriais Brutos do Brasil e da Argentina, a representatividade da indústria automobilística equivale a 20%.
De acordo com a Anfavea, dos US$ 11,4 bilhões registrados, em 2003, no comércio total entre Brasil e a Argentina, 20%, ou sejam, US$ 2,4 bilhões, foram provenientes do setor automotivo. De janeiro a outubro deste ano a participação da indústria automobilística nos negócios entre os dois países aumentou para 26%. Isso quer dizer que, de US$ 12,4 bilhões contabilizados no intercâmbio na região do Mercosul, US$ 3,3 bilhões foram de negócios gerados pelo setor automotivo.
De toda a indústria, o setor automotivo é o único que tem um acordo próprio, com um comércio administrado por regras claras no Mercosul.
Gazeta Mercantil
10/12/2004