Montadoras batem recordes em 2004

09/01/2009

São Paulo, 7 de Dezembro de 2004 – Previsão de produzir 2,2 milhões de veículos baseia-se, também, no aumento da exportação. O recorde de todos os tempos está batido. E com a produção prevista de 180 mil veículos em dezembro, o total do ano alcançará 2,2 milhões de veículos.

O melhor resultado pertencia ao até então glorioso ano de 1997, quando a produção atingiu 2,07 milhões de unidades.

A indústria reviu três vezes as metas até chegar aos 2,2 milhões – as previsões anteriores eram de 1,99 milhão e 2,1 milhões de unidades. Em novembro as montadoras produziram 201.340 unidades (5,8% mais que outubro) e nos 11 meses já acumulam um volume de 2,020 milhões de veículos (19,6% acima de igual período de 2003), segundo dados divulgados ontem pela Anfavea, a associação que representa as montadoras no País.

Para 2005, o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, prevê continuidade do crescimento do setor automotivo, mas num ritmo menor que em 2004. A estimativa é que a indústria produza 2,3 milhões de veículos, 4,5% a mais que este ano. “Vamos continuar crescendo, mas numa magnitude menor que em 2004”, destacou Golfarb, lembrando que o crescimento do setor automotivo está em linha com a expansão do PIB (Produto Interno Bruto), que deve crescer 3,5% no próximo ano. Em 2004 o avanço do PIB será de 5%, segundo previsão do Relatório BC Focus de 3 de dezembro.

Segundo o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, por mais que se queira que o crescimento continue em 2005, “há o risco de comportamento da Selic, taxa básica de juros do País, dúvidas sobre o déficit dos Estados Unidos e sobre a extensão da crise do petróleo, além da desconfiança sobre os problemas estruturais no mundo”.

Na opinião de Golfarb há também riscos potenciais para o setor automotivo, como a trajetória crescente das taxas de juros, que é um indicador importante já que a indústria automobilística financia 70% dos seus veículos, os preços dos insumos, a desvalorização cambial e até as quedas de cotação das commodities agrícolas.

Vendas internas

No mercado interno, a projeção de Golfarb é que “as vendas fiquem muito aquém das expectativas, com 1,540 milhão de veículos, apesar de os feriados de Natal e Ano Novo caírem nos finais de semana”. Esse resultado ainda está muito longe dos 1,943 milhão de veículos vendidos em 1997. Até agora as vendas acumuladas somaram 1,4 milhão de unidades – 138.803 unidades em novembro. Para 2005, a meta é que as vendas internas cheguem a 1,620 milhão de veículos, 5,2% mais que em 2004. As exportações, no entanto, superaram todas as metas. No início era esperada uma receita de US$ 6,9 bilhões (incluindo máquinas agrícolas). Houve uma revisão para US$ 7,5 bilhões e, agora, a expectativa da Anfavea é fechar o ano com US$ 8 bilhões – o que representará crescimento de 45% sobre os US$ 5,5 bilhões registrados em 2003, até agora o maior de toda a história da indústria automobilística no País. “O crescimento será garantido pela expansão dos parceiros comerciais do Brasil”, disse Golfarb. “Só para o México vamos enviar 210 mil veículos em 2005, sem regime de cotas”, destacou o presidente da Anfavea. A Argentina deverá absorver outros 180 mil carros brasileiros. Para fazer a produção crescer 20,8% de janeiro a novembro, a indústria de autoveículos, no período, passou 79.153 empregados para 88.561, aumento de 11,9% no quadro de pessoal.

De janeiro a novembro os embarques do setor automotivo – incluindo máquinas agrícolas e componentes somaram US$ 7,5 bilhões – deste total, US$ 5,9 bilhões são referentes a exportações de veículos. Para 2005, a estimativa da Anfavea é que a receita com vendas externas totalizem US$ 8,6 bilhões.

Com o bom desempenho registrado ao longo deste ano, a indústria automobilística fechará o ano com dados positivos sobre o nível de emprego. A indústria de veículos chegou a novembro com 88.561 empregados. Este número, em outubro passado, era de 87.577 pessoas.

No segmento de automóveis o ranking de licenciamento no acumulado do ano foi da General Motors, com 285.197 unidades. A segunda colocação foi da Fiat Automóveis, com 272.250 unidades, seguido pela Volkswagen, com 267.944 unidades. A Ford, quarta colocada, vendeu 100.590 carros, segundo a Anfavea.

(Gazeta Mercantil/Caderno A – Pág. 12)(Sonia Moraes)