Mercosul apresenta nova proposta para fechar acordo comercial com a UE
09/01/2009
BRUXELAS, 21 mar (AFP) – O Mercosul apresentou à União Européia (UE), nesta terça-feira, em Bruxelas, uma nova proposta, com melhoras significativas na área de serviço, em troca de uma compensação no setor agrícola, na tentativa de desbloquear suas negociações para um acordo de livre comércio.
“Apresentamos uma proposta com movimentos possíveis que poderíamos fazer em três áreas e com o que esperamos do lado europeu em agricultura”, disse o embaixador brasileiro Regis Arslanian, negociador do Mercosul na UE, após uma reunião com dirigentes da Comissão Européia, na capital belga.
A proposta, que recebeu o título de “UE-Mercosul, elementos para um possível acordo”, inclui dados sobre a questão agrícola e propostas de abertura nos setores de serviços financeiros e transporte marítimo, que interessam aos europeus, segundo Arslanian.
“Temos sido cautelosos em nossos pedidos em cotas e reduções de tarifas e temos oferecido melhoras em serviços”, explicou por sua vez o secretário de Comércio argentino, Alfredo Chiaradia, também presente na reunião e que, como Arslanian, não quis dar números.
O texto, de acordo com o combinado na última reunião ministerial, em setembro, em Bruxelas, prioriza três áreas: agricultura, bens e serviços e o tratamento especial diferenciado que o Mercosul exige pelo desequilíbrio existente entre os níveis de desenvolvimento de cada bloco.
Segundo os dois diplomatas, as delegações concordaram em voltar a se reunir antes de maio, possivelmente em Buenos Aires, para analisar se poderão avançar na negociação, ligada em grande parte à Rodada de Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Se aceitarem trabalhar com base nesta proposta, podemos avançar rapidamente rumo a um acordo”, afirmou Regis Arslanian, destacando o “interesse mostrado pelos europeus”, liderados pelo diretor-geral do Comércio da Comissão, Karl Flakenberg.
“O Mercosul já está oferecendo um movimento importante. Agora esperamos que em troca eles se movam na questão agrícola”, acrescentou Arslanian.
Fonte:
Uol Economia
AFP