Mercado reduz projeção para Selic e PIB em 2010

SÃO PAULO – O mercado financeiro voltou a reduzir a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2010, de 11,50% para 11,00% ao ano, segundo a pesquisa semanal Focus, divulgada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, 9. Já a projeção para a taxa no fim de 2011 recuou de 11,75% para 11,63% ao ano.

A estimativa para o desempenho da economia brasileira em 2010 também sofreu alterações. A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu de 7,20% para 7,12%. Para 2011, a previsão para o PIB foi mantida em um crescimento de 4,50%. No mesmo levantamento, a estimativa para a produção industrial em 2010 recuou de 11,98% para 11,70%. Para 2011, a projeção para o avanço da indústria caiu de 5,05% para 5%.

Inflação

De acordo com a pesquisa Focus, o mercado financeiro também reduziu a previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2010. A expectativa para a alta de preços acumulada ao fim do ano caiu de 5,27% para 5,19%, ainda em um patamar acima do centro da meta de inflação para o ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2011 continuou em 4,80%. Para a inflação de curto prazo, o mercado reduziu de 0,31% para 0,30% a previsão para o IPCA de agosto. Já para a inflação de setembro, o mercado continua prevendo índice de 0,36%.

Câmbio e contas externas

Os analistas mantiveram a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. O nível da moeda norte-americana no fim de 2010 seguiu em R$ 1,80. Para o fim de 2011, a expectativa para a moeda americana permaneceu em R$ 1,85. A previsão do câmbio médio no decorrer de 2010 seguiu em R$ 1,80.

O mercado financeiro alterou ainda as previsões para o déficit nas contas externas em 2010. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano subiu de US$ 48,00 bilhões para US$ 49 bilhões. Para 2011, a previsão de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos avançou de US$ 57,87 bilhões para US$ 58 bilhões.

Já a previsão de superávit comercial em 2010 caiu de US$ 15,10 bilhões para US$ 15 bilhões. Para 2011, a estimativa para o saldo da balança comercial subiu de US$ 8,50 bilhões para US$ 9,11 bilhões. Analistas mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010 em US$ 32 bilhões. Para 2011, a estimativa para o IED seguiu em US$ 39,25 bilhões.

IGP-DI

As estimativas do mercado financeiro para os IGPs mudaram de tendência e apresentaram alta na pesquisa semanal Focus. A mediana das previsões para o IGP-DI em 2010 avançou de 8,36% para 8,43%. Mesmo com a alta, a previsão é menor que a vista há um mês, quando estava em 8,68%. Para o IGP-M deste ano, a projeção aumentou de 8,47% para 8,50%, sendo que há um mês o número estava em 8,89%.

Para 2011, nada mudou em relação ao IGP-DI, que segue em 5% pela 14ª semana consecutiva. Para o IGP-M, foi repetida aposta de que o índice deve ter aumento de 5% no próximo ano. Há um mês, o número previsto estava em 5,01%.

Para os preços administrados – as tarifas públicas – a expectativa de aumento em 2010 seguiu em 3,60%. Para o ano seguinte, a aposta manteve-se em 4,73%. Há um mês, analistas acreditavam que a alta do conjunto de preços administrados seria de 3,60% em 2010 e de 4,78% em 2011.

Fonte:
Estadão.com.br