Mercado reduz previsão de crescimento do Brasil para 0,27% em 2014

20/10/2014

Rio de Janeiro, 20 out (EFE).- Analistas do mercado financeiro reduziram a previsão para o crescimento da economia do Brasil neste ano de 0,28% para 0,27%, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país, no entanto, foi mantida em 1%, mesmo índice da última semana.

As novas projeções fazem parte do Boletim Focus, levantamento feito pelo BC com mais de 100 economistas de bancos e instituições financeiras do país.

Apesar de reduzir ligeiramente a previsão de crescimento para este ano, os analistas de mercado estão menos pessimistas do que há duas semanas, quando estimavam uma expansão de 0,24%.

Segundo dados oficiais, no segundo trimestre deste ano a economia brasileira sofreu retração de 0,6%, acumulando dois trimestres consecutivos de crescimento negativo e entrando no que os analistas classificam como "recessão técnica".

Para eles, a queda da produção industrial, em especial, puxada por um consumo menor, as altas taxas de juros e a falta de confiança dos empresários impedirão que o Brasil obtenha um bom desempenho econômico neste ano.

Os economistas consultados projetam que a produção industrial brasileira sofrerá neste ano uma retração de 2,24%, ainda maior que os 2,16% previstos na semana passada e que dos 1,94% estimados há um mês.

A previsão dos analistas para o crescimento do Brasil neste ano está muito abaixo da expansão de 0,9% esperada pelo governo e dos 0,6% admitido pelo Banco Central em sua última análise trimestral.

Em qualquer um dos casos, o Brasil sofrerá uma forte desaceleração econômica após a ligeira recuperação de 2013. Depois de registrar uma expansão de 1% em 2012, o PIB se recuperou no ano passado, crescendo 2,3%.

Quanto à inflação, os analistas de mercado mantiveram a projeção de 6,45% neste ano e 6,3% em 2014.

Nas duas análises o índice estará próximo do teto máximo fixado pelo governo. A meta para a inflação no país é de 4,5% no ano, com margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que a taxa chegue a 6,5%.

O Brasil fechou 2013 com uma inflação de 5,91%, mas o aumento dos preços no início deste ano chegou a pôr em dúvida o cumprimento da atual meta. A inflação começou a ceder depois que o Banco Central interviu e aumentou os juros.

O crescimento econômico e a situação da inflação se tornaram um dos assuntos centrais da campanha eleitoral, disputada entre a atual presidente, Dilma Rousseff, e o candidato do PSDB, Aécio Neves. O Brasil conhecerá seu novo presidente no próximo dia 26.

 

Fonte:
EFE