Mercado mantém previsão para Selic em 11%

16/08/2010

Já a projeção para expansão do PIB em 2010 foi reduzida pela 2ª semana consecutiva, de 7,12% para 7,09%

BRASÍLIA – Após três semanas seguidas de queda das estimativas, o mercado financeiro manteve a previsão para o nível da taxa básica de juros, a Selic, ao fim deste ano. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, 16, a estimativa segue em 11% para o fim de 2010, o que indica a expectativa de aumento da taxa de apenas 0,25 ponto até dezembro. Há um mês, analistas previam juro 1 ponto porcentual maior ao final do ano, em 12%.

De acordo com a pesquisa, a alta de 0,25 ponto deve acontecer na reunião programada para os dias 31 de agosto e 1º de setembro, quando a taxa deve subir dos atuais 10,75% para 11%. Depois, analistas preveem Selic estável nos encontros de outubro e dezembro.

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções coletadas semanalmente pelo BC, o chamado Top 5, a previsão para o patamar da Selic no fim deste ano caiu em relação à semana passada, de 11,25% para 11%. Com o movimento, o grupo passa a prever taxa idêntica à do restante do mercado. Para o fim de 2011, esse grupo de cinco analistas manteve a expectativa para a Selic em 12,25%.

 

Levando-se em conta a opinião de todos os analistas consultados, a pesquisa Focus mostra que a previsão para o patamar da Selic ao final de 2011 caiu de 11,63% para 11,50%.

De acordo com a pesquisa Focus, o aumento do juro em 2011 começa já em janeiro, quando a taxa avança 0,25 ponto, para 11,25%. Depois, é esperado novo aumento idêntico, para 11,50% em março. Abril e junho teriam novas altas de 0,25 ponto, o que levaria a Selic para 11,75% e 12% em cada um desses meses, respectivamente. Mas, depois, a taxa recua novamente para 11,50% após dois cortes de 0,25 ponto no fim do próximo ano, preveem os analistas.

 

PIB

Analistas reduziram pela segunda semana consecutiva a projeção para o crescimento da economia em 2010. De acordo com a pesquisa Focus, a mediana das previsões para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 7,12% para 7,09% neste ano. Há um mês, o número estava em 7,20%.

 

Para 2011, porém, foi mantida a previsão de que a atividade econômica deve avançar 4,50%. Essa previsão é repetida há 36 semanas.

Prévia para IPCA é mantida 

Após cinco quedas seguidas, a estimativa para o IPCA em 2010 não sofreu alteração na pesquisa Focus. No levantamento, a mediana das previsões seguiu em 5,19%. Há um mês, analistas previam alta maior, de 5,42% para o índice oficial de inflação neste ano. Para 2011, a mediana seguiu em 4,80%, pela 18ª semana seguida. Nos dois casos, a estimativa do mercado ainda é superior ao centro da meta de inflação, de 4,50% para ambos os anos.

Na mesma pesquisa, a projeção suavizada para o IPCA nos próximos 12 meses caiu de 5% para 4,98%. Mesmo com o recuo, o número é maior do que o observado há quatro semanas, quando estava em 4,96%.

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções na pesquisa do BC, o chamado Top 5, a mediana para o IPCA em 2010 caiu de 5,11% para 5,10% no cenário de médio prazo. Para 2011, a expectativa foi na direção oposta e subiu de 4,75% para 4,90%. Há um mês, o grupo previa inflação de 5,32% para 2010 e de 5,16% para 2011.

A pesquisa também mostrou que a previsão de alta para IPC-Fipe em 2010 recuou de 5,04% para 5%, ante 5,12% de quatro semanas antes. Para 2011, a estimativa subiu de 4,50% para 4,52%.

Câmbio

A mediana das estimativas de analistas para a taxa de câmbio ao final de dezembro deste ano seguiu em R$ 1,80 pela 21ª semana consecutiva. Para o fim do ano que vem, a previsão manteve-se em R$ 1,85, número repetido pela quinta pesquisa seguida.

IGP-DI

 A mediana das previsões para o IGP-DI em 2010 avançou de 8,43% para 8,46%. Mesmo com a alta, a previsão é menor que a vista há um mês, quando estava em 8,58%. Para o IGP-M deste ano, a projeção oscilou de 8,50% para 8,51%, sendo que há um mês o número estava em 8,79%.

Para 2011, nada mudou em relação ao IGP-DI, que segue em 5% pela 15ª semana consecutiva. Para o IGP-M, foi repetida aposta de que o índice deve ter aumento de 5% no próximo ano. Há um mês, o número previsto estava em 5,04%.

Fonte:
Agencia Estado
Fernando Nakagawa