Menos concentrada, renda do trabalhador pára de cair após 7 anos
09/01/2009
O rendimento médio dos trabalhadores brasileiros ficou estável em 2004, interrompendo um movimento de queda visto desde 1997, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na nova edição da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (PNAD).
Foi detectada também uma melhora na distribuição de renda, com os trabalhadores pior remunerados apresentando aumento em seus ganhos, e os mais ricos, perda – em ambos os casos, porém, os números são discretos.
A renda média do trabalhador permaneceu em R$ 733, mantendo assim a perda real de 18,8% acumulada desde 1996 – ano em que a remuneração alcançou o ponto máximo registrado desde o início da década de 1990.
“A política de redução das taxas de juros, que começou a ser aplicada no terceiro trimestre de 2003, contribuiu para impulsionar a atividade econômica em 2004”, apontou o IBGE na pesquisa, divulgada nesta sexta-feira.
“O efeito nas remunerações foi de estabilidade em relação às do ano anterior, sustando a trajetória descendente iniciada em 1997.”
Do total de pessoas ocupadas no país, 27,6% ganhavam até um salário mínimo. Na outra ponta, as pessoas com rendimento médio superior a 20 salários mínimos somavam 0,9% da população ocupada.
Desconcentração de renda
Um indicador usado para avaliar a distribuição dos rendimentos de trabalho mostrou que o grau de concentração de renda ficou mais elevado nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.
Mas, no geral, houve desconcentração nos rendimentos – com ganhos reais maiores nas faixas salariais mais baixas.
A pesquisa também apurou que os 50% com as menores remunerações de trabalho tiveram ganho real de 3,2% de 2003 para 2004, enquanto os 50% com os maiores rendimentos apresentaram perda real “ainda que insignificante, de 0,6%”.
A Pnad mostrou ainda que o rendimento das mulheres representava 69,5% do valor auferido pelos homens.
Entre os empregados, a renda média mensal das mulheres era de 89,2% da renda dos homens. Já entre os empregadores, essa diferença era ainda maior, com o rendimento feminino respondendo por 72,5% do masculino.
Na comparação entre trabalhadores domésticos, os ganhos das mulheres representavam 70,9% dos homens, e entre os trabalhadores por conta própria, 65,1%.
População ocupada aumenta
A população ocupada cresceu 3,3% de 2003 para 2004 – mais do que o dobro do aumento visto entre 2002 e 2003.
“Esse crescimento foi inferior somente ao de 2001 para 2002 (de 3,8%), que foi o mais alto incremento anual desde o princípio da década de 1990”, mostrou a PNAD.
Em números absolutos, a expansão da população ocupada foi de 2,7 milhões de pessoas de 2003 para 2004.
Fonte:
Invertia
Reuters