Mais da metade dos produtores brasileiros deve ter prejuízo em 2006
09/01/2009
Agricultores reclamam de problemas climáticos, ataques de pragas e alta de custos. Pecuaristas dizem que terão de substituir áreas de pastagem por culturas agrícolas
EXAME A próxima safra não deve render bons frutos aos produtores brasileiros. Pelo menos é a conclusão a que chega estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que analisou as respostas de cerca de 7 800 entrevistados de todo o país. De acordo com a pesquisa, agricultores e pecuaristas estão pessimistas para o futuro no curto prazo.
Do total de consultados, 57% dos agricultores e 75% dos pecuaristas dizem ter como destino certo perda de rentabilidade ou prejuízo dentro dos próximos meses. Na agricultura, 76% dos entrevistados dizem que colherão menos nesta safra do que na anterior. Questionados sobre o motivo da redução da colheita, os produtores elegeram como maiores vilões os problemas climáticos e o ataque de pragas ou doenças, com 30% das respostas. Também foram bastante citadas a diminuição da utilização de insumos, destacada por 26% dos agricultores, e a redução da área plantada, com 20% de todas as opções.
Com tantos elementos negativos, sete em cada dez agricultores deixaram de contratar funcionários – ou até mesmo demitiram – para poder trabalhar nesta safra. Nesta decisão, segundo o estudo da CNA, pesou o aumento dos custos da produção, reclamação de 43% dos entrevistados.
Na pecuária, a pesquisa mostra que a crise não é recente. Setenta e cinco por cento dos produtores dizem ter registrado perda de renda há dois anos, enquanto 23% afirmam que os resultados vêm caindo nos últimos 12 meses. As margens de rentabilidade mais magras os obrigou a tomar medidas de contenção: 66% pretendem reduzir as matrizes bovinas dos seus rebanhos, 66% devem reduzir as áreas de pastagem e substituí-las por culturas agrícolas e 53% afirmam que vão reduzir o uso de insumos. Do total de entrevistados, 88% acreditam que faturarão menos em 2006 do que em 2005, enquanto 98% dizem que a atividade está em crise.
Fonte:
Portal Exame